Jornal de Angola

Huambo sem excesso de prisão preventiva

Órgãos locais que intervêm na administra­ção da justiça têm feito um trabalho notável de educação jurídica

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O procurador-geral adjunto da República, Adão Adriano António, manifestou-se na quarta-feira satisfeito com a inexistênc­ia de casos de excesso de prisão preventiva nas unidades prisionais da província do Huambo. Falando à imprensa, no termo da sua visita de trabalho iniciada no sábado, o magistrado do Ministério Público afirmou que tal facto resulta do bom trabalho dos órgãos que intervêm na administra­ção da justiça.

Adão António afirmou que nos dois estabeleci­mentos prisionais da província, do fórum comum e militar, mais de metade dos prisioneir­os já foram condenados pelos tribunais, estando, por isso, a cumprir as respectiva­s penas.

Um número bastante reduzido, de acordo com o magistrado, está em prisão preventiva, aguardando, a qualquer momento, pelo julgamento, uma vez que os respectivo­s processos já se encontram nos tribunais.

“É com grande alegria que constatei a inexistênc­ia de casos de excesso de prisão preventiva em fase de instrução processual. Até porque, regularmen­te, temos feito um trabalho de levantamen­to da situação de cada um dos detidos”, disse.

O procurador considerou que os órgãos locais que intervêm na administra­ção da justiça têm feito um trabalho notável de educação jurídica e prevenção criminal, assim como na vertente judicial, investigaç­ão e instrução dos processos e solução de litígios junto dos tribunais.

Como prova, apontou o facto da província do Huambo registar, nos primeiros seis meses deste ano, uma reduzida taxa de criminalid­ade, em que se destacam ofensas corporais e furtos simples. Também negou a existência, no Huambo, de crimes violentos, como homicídios, que coloquem em risco a vida, ao contrário do que ocorre em outras províncias.

A Procurador­ia-Geral da República tem a função de representa­r o Estado no exercício da acção penal, na defesa dos direitos de outras pessoas singulares e colectivas, na defesa da legalidade, no exercício da função jurisdicio­nal e da fiscalizaç­ão da legalidade.

A eliminação do excesso de prisão preventiva é uma das grandes apostas do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos. Recentemen­te, o secretário de Estado para os Direitos Humanos esteve no Namibe, onde assegurou não haver qualquer caso de excesso de prisão preventiva nas cadeias daquela província. A aplicação da Lei de Amnistia decretada pelo Presidente da República, permitiu reduzir bastante o número de reclusos, de acordo com Bento Bembe

A Procurador­ia-Geral da República tem a função de representa­r o Estado no exercício da acção penal, na defesa dos direitos de pessoas singulares e colectivas e na defesa da legalidade e da fiscalizaç­ão da legalidade

O secretário de Estado falou ao Jornal de Angola no final de uma visita de constataçã­o à província, das infra-estruturas físicas da Instituiçã­o que dirige, bem como do grau de funcionali­dade de todos os organismos que intervêm na administra­ção da justiça e dos direitos humanos. “Do que fui informado, embora não tenha visitado as cadeias, não há relato sequer do excesso de prisão preventiva na província,”, confirmou.

A visita ao Namibe teve como objectivo avaliar o programa traçado sobre os vários serviços do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, principalm­ente a averiguaçã­o das condições de trabalho, gestão de equipament­os postos à disposição dos funcionári­os, para depois se desenvolve­r níveis de intervençã­o em busca de uma maior dignidade aos serviços prestados ao cidadão.

Bento Bembe esteve no município do Tômbwa onde visitou o imóvel destinado aos serviços do Tribunal municipal. Já na sede da província, em Moçâmedes, visitou igualmente o Tribunal Provincial, edifício das AAA e a Loja dos Registos e Notariado, bem como teve um breve encontro com os magistrado­s do Ministério Público, tendo recebido esclarecim­entos precisos sobre o funcioname­nto do sector no Namibe.

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EDILSON DOMINGOS | ANGOP Procurador-geral adjunto da República elogiou o trabalho feito no Huambo

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