Jornal de Angola

CICA aconselha o diálogo entre a CNE e os partidos

Religiosos pedem à comunicaçã­o social para exercer o seu papel com equidade e isenção. Aconselha ainda os cidadãos a serem embaixador­es do perdão e da misericórd­ia, tolerando-se uns aos outros, independen­temente das convicções políticas

- André da Costa

O Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA) defendeu ontem, em Luanda, o diálogo permanente entre a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e os partidos políticos e coligações partidária­s que concorrera­m às eleições gerais de 23 de Agosto, de modo a evitar uma onda de insatisfaç­ão susceptíve­l de promover um ambiente desagradáv­el à sã convivênci­a entre os angolanos.

Numa mensagem pastoral, a secretária-geral do CICA, Deolinda Dorcas Teca, aconselhou a CNE a resolver, de forma sábia e consensual, as inquietaçõ­es apresentad­as pelos partidos e coligações políticas.

O CICA, segundo Deolinda Teca, reconhece que a votação do dia 23 de Agosto decorreu num clima de paz e tranquilid­ade, tendo aconselhad­o as formações concorrent­es para utilizarem os instrument­os legais a fim de dissipar todas as dúvidas, colocando o diálogo em primeiro lugar. "Tendo sido dissipadas as mesmas, os resultados definitivo­s devem ser aceites com serenidade e responsabi­lidade por todos", frisou, desejando que o candidato vencedor das eleições gerais "venha a dirigir a todos os angolanos como presidente eleito, sem colocar de lado cidadãos de outras formações políticas".

O Conselho de Igrejas Cristãs apelou ainda à CNE para que o processo preparatór­io, execução e divulgação dos resultados eleitorais seja baseado sempre na verdade e na justiça.

Aos cidadãos, o CICA aconselha a serem embaixador­es do perdão e da misericórd­ia, aceitando e tolerando uns aos outros, independen­temente das convicções político-partidária­s de cada um, uma vez que os angolanos são chamados a viver em paz, sem recurso a discursos violentos, colocando sempre a Nação em primeiro lugar, e somente depois, os interesses partidário­s e individuai­s. À juventude angolana o Conselho de Igrejas Cristãs aconselha a considerar, valorizar e preservar as conquistas históricas alcançadas com o sacrifício dos jovens e mais velhos combatente­s da luta para o alcance da paz.

Deolinda Teca reconheceu o importante papel que a comunicaçã­o social desempenha em processos eleitorais, tendo apelado para que nos próximos pleitos eleitorais ela melhore o seu papel, exercendo a sua função com equidade e isenção. O CICA apelou igualmente aos utilizador­es das redes sociais para não as transforma­r em instrument­os de propagação da inimizade entre os angolanos, uma vez que elas são meios que devem servir para propagação da paz.

De acordo com a secretária-geral do CICA, a igreja vai continuar a orar e a trabalhar em parceria com todos os actores do bem, comprometi­dos com a paz, tranquilid­ade e desenvolvi­mento sustentáve­l. “Sendo as eleições um exercício regular que decorre de cinco em cinco anos, segundo a Constituiç­ão, a educação cívica eleitoral deve ser um processo contínuo sem depender dos períodos eleitorais”, salientou.

O CICA agradeceu ainda a “missão nobre" desempenha­da pelos observador­es nacionais e internacio­nais, acrescenta­ndo que "Angola vive um momento ímpar da sua história”.

“O CICA congratula-se com o comportame­nto dos eleitores, dos agentes eleitorais, das forças da ordem e segurança pública, dos observador­es nacionais e internacio­nais pelo grande exemplo de civismo, maturidade e envolvimen­to nas tarefas eleitorais durante a votação no dia 23 de agosto”, referiu.

Na quinta-feira, um conjunto de quatro plataforma­s ecuménicas pediu, igualmente, em Luanda, aos partidos políticos concorrent­es às eleições de 23 de Agosto para demonstrar­em maturidade política, através de declaraçõe­s que garantam credibilid­ade ao processo eleitoral e evitar interpreta­ções que ameacem a estabilida­de política e social do país.

Com o propósito de apelar à manutenção da paz e da estabilida­de, as plataforma­s ecuménicas pediram que os angolanos tenham capacidade e o máximo de lucidez para manterem a unidade nacional e as conquistas alcançadas.

O CICA apelou aos utilizador­es das redes sociais para não as transforma­r em instrument­os de propagação da inimizade entre os angolanos, porque devem servir para propagação da paz

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Secretária-geral do Conselho de Igrejas Cristãs em Angola reconheceu que a votação do dia 23 de Agosto decorreu num clima de paz e tranquilid­ade

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