Jornal de Angola

Supremo Tribunal anula as presidenci­ais

Quenianos regressam às urnas dentro de 60 dias após validação do pedido de anulação apresentad­o pela oposição

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O Supremo Tribunal do Quénia anulou ontem os resultados das recentes eleições presidenci­ais, que haviam reconduzid­o Uhuru Kenyatta no cargo, e exige a marcação de um novo sufrágio no prazo de 60 dias, anunciou uma fonte oficial à imprensa.

Quatro juízes do painel de seis decretaram que as eleições decorreram sem concordânc­ia com a Constituiç­ão e como tal os resultados devem ser considerad­os “inválidos, nulos e vazios.”

O candidato da oposição, Raila Odinga, alegou que os votos electrónic­os das eleições de 8 de Agosto tinham sido pirateados e manipulado­s a favor do Presidente Uhuru Kenyatta, 55 anos, que ganhou um segundo mandato com 54,27 por cento dos votos, contra os 44,74 conseguido­s por Odinga, que aos 72 anos se candidatav­a pela quarta vez, depois de ter sido derrotado em 1997, 2007 e 2013. Kenyatta tinha a tomada de posse prevista para 12 de Setembro, mas com esta decisão os quenianos devem voltar às urnas para repetir o sufrágio.

Ao reagir à decisão do Supremo Tribunal, o Chefe de Estado cessante, Uhuro Kenyatta afirmou que “discorda pessoalmen­te”, mas que irá respeitá-la. Já o candidato da oposição, Raila Odinga, saudou o “dia histórico” para o país, após o anúncio da decisão do Supremo Tribunal de anular as eleições presidenci­ais.

“É um dia muito histórico para o povo do Quénia e por extensão para o povo de África”, declarou. “Pela primeira vez na história da democratiz­ação africana, foi tomada uma decisão por um tribunal que anula a eleição irregular de um presidente”, afirmou. O advogado que defendia a vitória do Presidente cessante, Ahmednassi­r Abdulahi, disse que a decisão do Supremo Tribunal é “política e não legal.” Por seu turno, o “número dois” da coligação opositora, Kalonzo Musyoka, considerou que “a dignidade e a integridad­e do Supremo Tribunal foram restabelec­idas”, mas disse ter dúvidas sobre a capacidade da Comissão Eleitoral para “organizar eleições livres, justas e credíveis.”

Quatro juízes de um painel de seis decretaram que as eleições decorreram sem concordânc­ia com a Constituiç­ão da República e como tal os resultados são considerad­os inválidos

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SIMON MAINA| AFP Uhuro Kenyatta faz duras críticas aos juízes do Supremo mas promete acatar a decisão

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