Igreja Católica defende preservação do planeta
A Terra enfrenta numerosos desafios e ameaças por causa da utilização indevida e da distribuição injusta dos recursos
O representante do Papa na Expo 2017 em Astana, no Cazaquistão, destacou a responsabilidade das igrejas na preservação do Planeta Terra e dos seus recursos.
Na intervenção de abertura da conferência “Todos juntos pelo cuidado da nossa casa comum”, inserida na participação do Vaticano na Expo 2017, o cardeal Peter Turkson frisou que face aos “numerosos desafios e ameaças que o Planeta Terra está a enfrentar por causa da utilização indevida e da distribuição injusta dos seus recursos”, todos os crentes são chamados a agir.
Cada religião, “em especial as grandes religiões monoteístas, devem levar a todos os homens inspiração e educação para uma visão holística, global e integrada do Mundo”.
Um novo paradigma, que “torne todas as pessoas cientes de que habitam uma casa comum cujas riquezas, confiadas ao Homem por Deus criador, devem ser protegidas e preservadas também para as gerações futuras”, frisou o também prefeito do Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Integral da Pessoa Humana.
A Expo 2017, que decorre na capital do Cazaquistão até 10 de Setembro, tem como tema “A Energia do Futuro”.
O Vaticano está representado com um pavilhão intitulado “Energia para o Bem-Comum: Cuidando de uma Casa para todos”, que faz referências à encíclica do Papa Francisco “Laudato si”, dedicada à Ecologia.
A conferência de quintafeira, em que interveio D. Peter Turkso, no Palácio da Paz e da Reconciliação em Astana, foi organizada em conjunto com o Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso.
A cerimónia contou com a participação de representantes de vários credos, como o grão-mufti dos muçulmanos do Cazaquistão, Yerzhan Malgazhyuly, o metropolita Alexander da eparquia de Astana e Almaty, a anglicana Clare Amos, coordenadora do programa para o diálogo e a cooperação inter-religiosa do Conselho Mundial das Igrejas, e o rabino Daniel Sperber, da universidade israelita Bar-Ilan.
Ecologia integral
As Universidades Pontifícias de Roma vão promover um curso sobre “Ecologia Integral”, inspirado na encíclica do Papa Francisco “Laudato si - Cuidado pela Casa Comum”.
Este projecto pretende dar resposta aos desafios contidos no documento publicado por Francisco, concretamente a necessidade de “educar” a sociedade para as questões ecológicas, para o cuidado com o ambiente e o Planeta Terra, para a promoção do bem-comum e do desenvolvimento integral das pessoas.
A conferência vai envolver sete universidades e um instituto pontifício do Vaticano, e abordará temas como “A raiz humana da crise ecológica”, “Educação e espiritualidade ecológica” e “Sinais de esperança”.
“Este programa tem o objectivo de difundir a visão e a missão que a encíclica “Laudato Si” confia à Igreja, através de meios específicos de formação”, refere o serviço informativo da Santa Sé. A conferência, que no final atribuirá um diploma em “Ecologia Integral”, é aberto “a profissionais das diversas áreas, agentes pastorais e sociais, sacerdotes, religiosos e leigos que se sentiram interpelados pela encíclica” que Francisco publicou em 2015.
Consequências
A ciência vem alertando há décadas, as consequências das alterações climáticas. É difícil, nesta altura, fazer previsões concretas, mas a Eco Experts divulgou uma infografia que mostra de forma bastante perceptível os países do mundo que serão mais afectados pelas alterações climáticas.
O mapa é baseado em rankings e não em análises efectivas a cada país.A Gronelândia, Austrália, Noruega, Suécia ou Reino Unido são os países com mais hipóteses de sobrevivência.
Igreja Católica defende um novo paradigma que torne as pessoas cientes de que habitam uma casa comum, cujas raízes devem ser protegidas e preservadas para as futuras gerações