Milhões de pessoas sem acesso à água potável
Mais de 180 milhões de pessoas não têm acesso à água potável em países afectados por conflitos, pela violência e pela instabilidade em todo o mundo, alerta o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)
O chefe global para Água, Saneamento e Higiene do Unicef, Sanjay Wijesekera, disse que o acesso de crianças à água limpa e saneamento, especialmente em situações de conflito e emergências, é “um direito e não um privilégio.” O Unicef alertou que, no Iêmen, redes de abastecimento de água que servem as maiores cidades do país estão à beira do colapso por causa dos danos provocados pelo conflito que dura há mais de dois anos.
Cerca de 15 milhões de pessoas estão sem acesso regular ao recurso. O país já registou mais de 500 mil casos suspeitos de cólera e diarreia aguda este ano, sendo mais de metade deles em crianças.
Na Síria, onde o conflito está no sétimo ano, aproximadamente 15 milhões de pessoas precisam de água limpa, incluindo cerca de 6,4 milhões de crianças. A agência alertou que a água tem sido usada frequentemente como arma de guerra. Só em 2016, houve, pelo menos, 30 cortes deliberados do recurso, incluindo em Alepo, Damasco, Hama, Raqqa e Dara, com bombas destruídas e fontes contaminadas.
Em áreas afectadas pelo conflito no nordeste da Nigéria, 75 por cento das infraestruturas de água e saneamento foram danificadas ou destruídas, deixando 3,6 milhões sem serviços básicos.
O Unicef calcula ainda que, no Sudão Sul, onde combates já duram mais de três anos, quase metade dos pontos de acesso à água no país foram danificados ou completamente destruídos.
O especialista ressaltou que quando “crianças não tem água segura para beber e os sistemas de saúde estão em ruínas, aparecem a a desnutrição e doenças fatais, como cólera.