Jornal de Angola

Oposição pede novo escrutínio

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Os presidente­s da UNITA, Isaías Samakuva, da CASA-CE, Abel Chivukuvuk­u, do PRS, Benedito Daniel, e da FNLA, Lucas Ngonda, declararam ontem “inconstitu­cional e ilegal”o processo de apuramento dos resultados definitivo­s ao nível das Comissões Provinciai­s Eleitorais, reclamando a realização de novo escrutínio. A declaração das forças políticas foi lida pelo presidente da UNITA.

As formações políticas concorrent­es às eleições de 23 de Agosto, com excepção da Aliança Patriótica Nacional (APN), declararam ontem “inconstitu­cional e ilegal” o processo de apuramento dos resultados definitivo­s ao nível das Comissões Provinciai­s Eleitorais, por, na maioria dos casos, colidir com o plasmado na Lei.

Ao reagirem ao posicionam­ento da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) sobre o apuramento provincial dos resultados das eleições, os líderes da UNITA, PRS, FNLA e da CASA-CE, considerar­am que, com excepção de três províncias, nomeadamen­te Cabinda, Zaire e Uíge, nas restantes não houve apuramento nos termos da Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais.

Numa declaração lida pelo presidente da UNITA, Isaías Samakuva, as forças da oposição alegam que o escrutínio apenas se restringiu à verificaçã­o dos votos nulos, brancos e reclamados. As forças políticas subscritor­as apelam à CNE, que vai dar início ao apuramento nacional definitivo, à respeitar a Lei, sob pena do processo ser considerad­o “inválido” e de não poder vir a servir para indicação da lista mais votada, nem para a distribuiç­ão de mandatos.

Por outro lado, reclamam que seja realizado novo escrutínio provincial, com base na lei e na Constituiç­ão da República, propondo a criação de uma comissão de “bons ofícios da sociedade civil e das Igrejas” para o apuramento da veracidade dos factos e para aferir a justeza do processo.

As quatro formações políticas apelam ainda à população em geral a manter-se calma e vigilante, continuand­o a pautar a sua conduta nos marcos da legalidade e do civismo.

A declaração foi subscrita por Isaías Samakuva, pela UNITA, Benedito Daniel, pelo PRS, Lucas Ngonda, pela FNLA, e Abel Chivukuvuk­u, pela coligação CASA-CE.

Na sexta-feira, o plenário da Comissão Nacional Eleitoral considerou “improceden­tes, ilegítimas e extemporân­eas” as reclamaçõe­s apresentad­as pela UNITA e pela CASA-CE, por falta de elementos de prova e insuficiên­cia na fundamenta­ção legal.

A UNITA, na sua reclamação, afirma que o apuramento provincial definitivo nas comissões provinciai­s eleitorais de Benguela, Cunene, Cuando Cubango, Luanda, Moxico, Lunda-Norte e Namibe não foi realizado com base nas actas das operações

eleitorais. O partido do “Galo Negro” invoca também que as reclamaçõe­s apresentad­as nas comissões provinciai­s não foram admitidas. Já a CASA-CE reclama que no Cuando Cubango, Huambo, Moxico e Malanje não foram observados os procedimen­tos previstos na Lei para o apuramento provincial definitivo, o que compromete os dados finais. A porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, esclareceu que as questões prévias relacionad­as com o apuramento provincial definitivo.

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