GÁS LIQUEFEITO
Companhia angolana passa a entregar ao longo de vários anos carregamentos de gás natural liquefeito ao seu parceiro holandês de negócios que detém importantes activos da indústria petroquímica em diferentes partes do mundo
Angola LNG anuncia acordo de fornecimentos à holandesa Vitol
O Angola LNG (ALNG) anunciou ontem a assinatura de um acordo plurianual de fornecimentos com a Vitol, uma empresa internacional de distribuição e comercialização de hidrocarbonetos.
A companhia angolana afirma, num nota de imprensa à qual o Jornal de Angola teve acesso, que a ALNG se compromete, nos termos do acordo, a entregar carregamentos à Vitol em diversos pontos do mundo.
O presidente da Comissão Executiva do ALNG Marketing, Artur Pereira, é citado na nota a considerar que o acordo de venda “é um passo importante” que demonstra a capacidade da companhia de responder às necessidades dos clientes e do mercado.
Artur Pereira lembra que a Vitol já adquiriu muitos carregamentos de gás natural ao Angola LNG e afirma esperar que o relacionamento “bemsucedido seja reforçado.”
O director de LNG da Vitol, Pablo Galante Escobar, também é citado no documento a declarar satisfação por ter estabelecido o acordo com o Angola LNG.
“É uma iniciativa empolgante para a Vitol. Temos uma longa história de investimentos e parcerias em África e estamos satisfeitos por agregar estas compras de LNG à nossa carteira de negócios”, afirma o director de LNG da Vitol.
Empresas sólidas
O Angola LNG é um projecto integrado de aproveitamento de gás natural que inclui uma fábrica de processamento de LNG em terra, um terminal marítimo e instalações de carregamento, bem como a possibilidade de desenvolvimento de gás não associado (NAG).
A companhia afirma contribuir para o desenvolvimento da indústria angolana de petróleo e gás e para a redução das emissões de gases com efeito de estufa, constituindo uma nova fonte de energia limpa.
A missão do Angola LNG é contribuir para a eliminação da queima de gás, fornecer energia limpa e confiável e proporcionar benefícios económicos a Angola, às comunidades locais e aos seus accionistas.
É abastecido por diversos blocos petrolíferos angolanos integrados numa rede de gasodutos que transporta a matéria-prima proveniente dos blocos 0/14, 15, 17, 18 e 31, no mar, para a fábrica em terra.
O Angola LNG recolhe, processa e comercializa, por ano, cerca de 5,2 milhões de toneladas de LNG (incluindo fornecimentos de gás natural ao mercado doméstico) e líquidos (propano, butano e condensados), a partir da sua fábrica no Soyo. O Angola LNG opera com uma frota de navios dedicada e uma estratégia de vendas flexível, que lhe permite oferecer oportunidades de compra atractivas. É detido pela Sonangol em 22,8 por cento, a Chevron com 36,4, a BP com 13,6 e a ENI com 13,6.
Em Janeiro, a companhia terminou uma “paragem controlada” que se prolongava desde Dezenbro.O Angola LNG tem registado uma série de paragens programadas e não-programadas desde que retomou as exportações em Junho de 2016, após uma paragem de dois anos para reparações de grande dimensão.
Avaliado em dez mil milhões de dólares, o ALNG representa um dos maiores investimentos na indústria petrolífera angolana. A Vitol é uma empresa de energia e matérias-primas vocacionada para a comercialização e distribuição de produtos energéticos, com transacções médias de sete milhões de barris de petróleo por dia, cujo transporte é assegurado por 250 navios.
A carteira de negócios da Vitol inclui empresas nacionais de petróleo, multinacionais, empresas industriais e químicas e as maiores companhias aéreas do mundo. Fundada em Roterdão, Holanda, em 1966, a Vitol opera com cerca de 40 escritórios em todo o mundo e investimentos em activos de energia de cerca de 15,9 milhões de metros cúbicos de capacidade de armazenamento em seis continentes, capacidade de refinação de 390 mil barris por dia e três mil estações de serviço em toda África, Austrália e Europa setentrional. O seu volume de negócios em 2016 ascendeu a 152 mil milhões de dólares (mais de 25 triliões de kwanzas).
A Vitol já adquiriu muitos carregamentos de gás natural liquefeito ao Angola LNG numa ligação bem-sucedida