Comunidade tem potencial para exportar
A participação de Angola no evento está estimada em mais de 100 empresas, a julgar pelas facilidades de acesso ao fórum os propósitos da diversificação da economia e busca de novas parcerias para realização de investimentos no sector produtivo
A CPLP pode fazer negócios para 30 por cento da população mundial, disse ontem o presidente da União de Exportadores da comunidade, Mário Costa. Cinco mil empresários reúnem-se este mês em Portugal.
dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) pode fazer negócios para 30 por cento da população mundial, disse ontem em Luanda ao Jornal de Angola, o presidente da União de Exportadores da comunidade.
Mário Costa falava por ocasião do sexto fórum da União de Exportadores da CPLP marcado para os dias 22 e 23 deste mês na cidade de Vila Real, Portugal.
“Porém, é preciso pôr em contacto os empresários que falam a mesma língua e que têm esse enorme potencial de fazer negócios na língua portuguesa”, disse Mário Costa que acrescentou que a CPLP pode tornar-se numa potência económica mundial, por causa da sua posição geoestratégica única. “Estamos nos quatro cantos do mundo, temos mais recursos naturais que muitas potências actuais e tudo é só uma questão de explorar, além de termos um mercado local e regional com potencial muito grande.”
O fórum espera reunir perto de cinco mil empresários de 19 países, visando dinamizar a iniciativa e conquistar mais mercados, em prol do melhoramento do bem-estar dos empresários e dos cidadãos da CPLP, bem como da criação de riqueza e empregos. Entre os presentes ao evento, contamse empresários do Gabão, Camarões, Senegal, Gâmbia, Indonésia, Panamá, Austrália, Espanha, França, Bélgica, Luxemburgo, China, Cazaquistão e Rússia.
De Angola, espera-se que a participação supere 100 empresas, tendo em linha as facilidades de acesso ao fórum e os propósitos da diversificação da economia e da busca de novas parcerias.“Já estamos em 19 países e queremos chegar a mais e a vários sectores de actividade, desde a agricultura, turismo, indústria transformadora, metalomecânica e têxtil”, referiu. “Há um potencial muito grande de empresários que querem partilhar vivências e, acima de tudo, promover os seus negócios”, acrescentou Mário Costa.
Por agora, o que a União de Exportadores faz é juntar e ligar os empresários e promover negócios, para que, no futuro, esta classe torne a CPLP um mercado único da própria comunidade, procurando fazer o comércio de forma livre, no qual prevaleça a livre circulação de pessoas e de capitais.
O presidente da União dos Exportadores da CPLP explicou: “Isto não é fácil, porque temos culturas diferentes, mas podemos criar na união uma plataforma que, gradualmente, junte os empresários para esse fim."
Neste momento três por cento dos negócios dos que exportam na comunidade faz-se entre os membros da CPLP, ainda que cada um deles tenha mais relações comerciais com outros países. “O que queremos, é incrementar esse negócio entre nós, para que se possa deixar a riqueza dentro da comunidade”, sublinhou Mário Costa.
Como exemplo, citou os PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e Timor-Leste que têm muita dependência das importações e exportam os seus recursos naturais. “Como o valor dos recursos naturais diminuiu, como é o caso do petróleo, o valor resultante das exportações tem diminuído face ao que era antigamente. Mas, com a diversificação da economia os países não só passam a exportar petróleo, como outros produtos manufacturados e serviços com um potencial muito grande”, sustentou Mário Costa. Promover empresas Com a promoção de fóruns pela União de Exportadores da CPLP, Angola espera a promoção das suas empresas, os empresários angolanos passam a perceber o que de melhor há nos outros países e, acima de tudo, encontrar parceiros para se capacitar mais as respectivas empresas, visando abastecer o mercado interno e ajudar as demais empresas angolanas a fortaleceremse, para que possam exportar os seus produtos.
Tendo em atenção o número de países que participam do evento, normalmente países com necessidades de importação, como os países europeus, americanos e asiáticos, cujos empresários têm um excelente puder de compra, Angola pode, também, procurar espaço para sustentar os indicadores de aceleração da economia em termos de exportações de produtos do sector não petrolífero.
Além disso, os empresários angolanos podem conhecer outras oportunidades de negócios, novos mercados de destino dos seus próprios produtos, ao mesmo tempo que se pode encontrar parcerias sólidas que podem fornecer outros tipos de produtos, além daquilo que se oferece hoje.
A União dos Exportadores é uma instituição que tem como objectivo promover negócios com qualidade e segurança das empresas do espaço CPLP, pelos quatro cantos do mundo, não só para o mercado interno, como para as regiões em que estão instaladas.
“É importante que as pessoas percebam o potencial que a Comunidade de Países de Língua Portuguesa tem em termos empresariais”, referiu.
Fórum espera reunir perto de cinco mil empresários de 19 países, visando dinamizar a iniciativa e conquistar mais mercados