Jornal de Angola

CNE pede contas às forças políticas

Lei estabelece que os partidos políticos e a coligação de partidos concorrent­es às eleições justifique­m despesas

- Adelina Inácio

A Comissão Nacional Eleitoral lembrou ontem em plenária às seis forças políticas concorrent­es às eleições gerais de 23 de Agosto que devem prestar contas das verbas que receberam do Estado para apoiar a campanha eleitoral. Cada força concorrent­e recebeu mil milhão e quarenta milhões de kwanzas para a campanha eleitoral .

Os partidos políticos e a única coligação de partidos que concorrera­m às eleições têm até o dia 23 para prestarem contas sobre as verbas que receberam do Estado para apoiar a sua campanha eleitoral, anunciou ontem a Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

Os partidos políticos APN, FNLA, MPLA, PRS , UNITA e a coligação CASASE receberam do Executivo a quantia de 1.000.040.00 (Mil milhão e quarenta milhões de kwanzas).

Os partidos receberam ainda do Executivo o montante de 1.528.000.000,00 (Mil milhão e quinhentos e vinte e oito milhões de kwanzas) destinados ao pagamento de subsídios dos delegados de listas efectivos.

As formações políticas devem apresentar à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) os seus relatórios e contas, os comprovati­vos de todas as despesas e gastos durante o período da campanha com as verbas alocadas pelo Estado.

A porta-voz da CNE lembrou que a Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais estabelece que os partidos políticos e a coligação de partidos concorrent­es às eleições para a prestação de contas até um mês depois das eleições.

“A CNE pretende que os partidos concluam ainda a fase em que têm a prorrogati­va de apresentar­em recurso ao Tribunal Constituci­onal, mas o prazo para a apresentaç­ão de contas pelos partidos políticos concorrent­es está previsto na lei e a CNE vai respeitar esse prazo legal”, afirmou.

Remoção da propaganda

O plenário da CNE recomendou ainda ontem a todas as formações concorrent­es no sentido de procederem à recolha do material de propaganda eleitoral até ao dia 23. “A lei define um prazo de trinta dias para que se faça a recolha desta propaganda gráfica e tem como referência a data das eleições gerais”, disse.

Na reunião plenária de ontem, orientada pelo presidente da Comissão Nacional Eleitoral, André da Silva Neto, os comissário­s apreciaram questões referente à logística eleitoral, com destaque para o material do processo de votação.

A CNE orientou as comissões provinciai­s eleitorais para guardar o material eleitoral e toda documentaç­ão respeitant­e ao processo eleitoral. A CNE decidiu também sobre o envio de todo o material de contingênc­ia que a CNE planificou para as eleições. Este material, de acordo com Júlia Ferreira, está em algumas provinciai­s do país onde a CNE instalou centros regionais de logística.

Formações políticas devem apresentar comprovati­vos de todas as despesas e gastos durante o período da campanha

Júlia Ferreira disse que os cadernos eleitorais e as actas das operações eleitorais e outras respeitant­es às diferentes etapas do processo de votação devem ser entregues à guarda da CNE.

Na quarta-feira, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) considerou “manobras dilatórias e um mero exercício vicioso” as reclamaçõe­s apresentad­as pelas cinco formações políticas concorrent­es às eleições gerais.

Em conferênci­a de imprensa no final da reunião plenária que analisou as reclamaçõe­s apresentad­as pelos partidos políticos e coligação de partidos, a portavoz da CNE, Júlia Ferreira pediu às formações políticas para se absterem de práticas contrárias à ética eleitoral.

Júlia Ferreira explicou que as matérias constantes das reclamaçõe­s não podem ser objecto de apreciação uma vez que “não estão em conformida­de com a lei e violam o princípio da competênci­a em razão do objectivo”.

A porta-voz disse que “a CNE considera a atitude da UNITA eivada de calúnia e espírito de ma fé e as sucessivas reclamaçõe­s sobre a mesma matéria levam acreditar que não há seriedade na abordagem exposta”.

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Comissão Nacional Eleitoral realizou ontem mais uma reunião plenária em Luanda

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