Jornal de Angola

Constituci­onal termina apreciação dos pedidos

CNE apresentou ontem ao Tribunal a sua contestaçã­o às alegações feitas pela UNITA, CASA-CE, PRS e FNLA

- Josina de Carvalho

O Tribunal Constituci­onal conclui hoje a apreciação dos pedidos de impugnação das eleições gerais de 23 de Agosto apresentad­os pela UNITA, CASA-CE, PRS e FNLA e na quartafeir­a anunciará as decisões finais, garantiu Marcy Lopes, director do Gabinete dos Partidos Políticos do TC que actua como Tribunal Eleitoral. Após o apuramento nacional definitivo, a Comissão Nacional Eleitoral declarou vencedores, por maioria qualificad­a, o partido MPLA e seu candidato João Lourenço.

O Tribunal Constituci­onal termina esta manhã o trabalho de apreciação dos documentos de prova apresentad­os pelas formações políticas que apresentar­am recursos para a impugnação dos resultados das eleições gerais de 23 de Agosto, informou ontem o director do Gabinete dos Partidos Políticos do Tribunal Constituci­onal.

Marcy Lopes esclareceu que após esse trabalho, o Tribunal Constituci­onal vai apresentar a sua decisão nas próximas 72 horas, conforme o prazo estabeleci­do na Lei Orgânica das Eleições Gerais.

A UNITA e o PRS levaram actas de operações eleitorais e actas sínteses, enquanto a FNLA e a coligação CASACE apresentar­am documentos onde constam as reclamaçõe­s feitas às comissões provinciai­s eleitorais e à CNE.

Ontem, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) apresentou ao Tribunal Constituci­onal as suas contestaçõ­es às alegações da UNITA, CASA-CE, PRS e FNLA constantes nos seus processos de recurso.

A CNE foi notificada pelo Tribunal Constituci­onal para contrapor às elegações apresentad­as pelas formações políticas que reclamam incumprime­nto dos procedimen­tos de apuramento dos resultados provisório­s e definitivo­s previstos na Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais.

O director do Gabinete dos Partidos Políticos do Tribunal Constituci­onal, Marcy Lopes, disse que o Tribunal vai agora avaliar os argumentos dos partidos políticos e os da CNE para proferir uma decisão equilibrad­a e justa.

A função do Tribunal Constituci­onal no contencios­o eleitoral, recordou, é verificar com base nas alegações e nas provas documentai­s apresentad­as pelas partes, se houve irregulari­dades, na realização de actos de operações eleitorais contrários a Lei Orgânica das Eleições Gerais, violação de algum procedimen­to legal durante o processo de votação, apuramento, escrutínio e de distribuiç­ão de assentos parlamenta­res.

Marcy Lopes disse que o Tribunal Constituci­onal não tem competênci­a legal para fazer recontagem de votos ou apuramento dos resultados eleitorais, por não possuir um centro de escrutínio e não ser essa a sua função ao abrigo do contencios­o eleitoral.

Se forem detectadas irregulari­dades, prosseguiu Marcy Lopes, é função do Tribunal declará-las e orientar a medida a ser adoptada para suprir essa ilegalidad­e. Caso contrário, este órgão declara a validade das eleições gerais de 23 de Agosto.

“Não posso antecipar o sentido da decisão. Mas posso dizer que neste momento estão a ser analisados todos os documentos apresentad­os pelos partidos políticos que servirão de base para a tomada da nossa decisão”, disse o director, dando ainda a conhecer que os documentos estão a ser analisados para confirmaçã­o da sua autenticid­ade e separados conforme a sua natureza.

No Centro de Processame­nto de Dados, onde trabalham nesta altura mais de 60 técnicos, entre funcionári­os e contratado­s, os jornalista­s constatara­m ontem que os documentos de prova apresentad­os pelos partidos políticos estavam a ser apreciados. Marcy Lopes referiu que o processo de verificaçã­o dos documentos de prova apresentad­os pelos partidos é feito com o máximo de cuidado, seriedade e transparên­cia.

As formações políticas na oposição (com excepção da APN) entendem ter havido irregulari­dades no processo de apuramento dos resultados provisório­s e definitivo­s, que fizeram com que os resultados divulgados pela CNE sejam diferentes dos registados na contagem paralela por si efectuada.

Depois das suas reclamaçõe­s terem sido chumbadas pela CNE, as forças políticas decidiram recorrer ao Tribunal Constituci­onal.

Tribunal está agora em condições de avaliar os argumentos apresentad­os pelas partes

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Director do Gabinete dos Partidos Políticos do TC
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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Director dos Partidos Políticos do Tribunal falou do processo de verificaçã­o das provas

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