José Severino destaca potencial de Benguela
José Severino defende a descentralização urgente da gestão dos recursos para um desenvolvimento equilibrado do país
A província de Benguela continua a dar um sério contributo para a substituição das importações no país, observou José Severino. O presidente da Associação Industrial de Angola destacou a reabilitação do Caminho-de-Ferro de Benguela, embora o Estado não esteja ainda a beneficiar do investimento realizado.
A província de Benguela continua a dar um sério contributo para a substituição das importações no país, disse ontem em Benguela o presidente da Associação Industrial de Angola (AIA).
José Severino disse que a província do centro-oeste do país sempre contribuiu para este objectivo, e acrescentou que é urgente a descentralização da gestão dos recursos.
“Não podemos continuar com a gestão muito centralizada. É isto que nós esperamos neste novo ciclo de governação: descentralização, recursos lá onde é preciso e não só recursos para a importação”, sublinhou o responsável da AIA.
Em relação ao Caminhode-Ferro de Benguela, José Severino disse que, apesar de reabilitado e modernizado, o Estado angolano ainda não tira a devida vantagem do investimento efectuado.
“Era um dos melhores caminhos-de-ferro de África e circulavam aqui seis ou sete composições por dia carregadas de minerais. Vamos ter de harmonizar as nossas relações com o Congo e temos de ser capazes de competir com os portos da Tanzânia”, disse.
Quanto à construção de uma refinaria em Benguela, José Severino não só está preocupado com a sua localização como também com a forma como o petróleo vai ser exportado.
Para o industrial, já não pode ser através de vagões, mas sim de oleodutos e gasodutos que os outros países, segundo informou, já utilizam há 40 anos.
O presidente da Associação Industrial de Angola disse que refinaria não pode ser construída no Lobito, por falta de condições técnicas e ambientais, mas sim no sul da província de Benguela, mais concretamente no município da Baía Farta, onde deve ser construído o complexo petroquímico, no âmbito do que chamou “uma visão moderna”: “Não podemos ficar só agarrados às pescas e à agricultura, mas expandir aquilo que Benguela tem na sua posição geográfica, aliada à capacidade das suas gentes.”
Estado angolano ainda não tira a devida vantagem do investimento efectuado no Caminho de Ferro de Benguela