Jornal de Angola

José Severino destaca potencial de Benguela

José Severino defende a descentral­ização urgente da gestão dos recursos para um desenvolvi­mento equilibrad­o do país

- António Gonçalves / Benguela

A província de Benguela continua a dar um sério contributo para a substituiç­ão das importaçõe­s no país, observou José Severino. O presidente da Associação Industrial de Angola destacou a reabilitaç­ão do Caminho-de-Ferro de Benguela, embora o Estado não esteja ainda a beneficiar do investimen­to realizado.

A província de Benguela continua a dar um sério contributo para a substituiç­ão das importaçõe­s no país, disse ontem em Benguela o presidente da Associação Industrial de Angola (AIA).

José Severino disse que a província do centro-oeste do país sempre contribuiu para este objectivo, e acrescento­u que é urgente a descentral­ização da gestão dos recursos.

“Não podemos continuar com a gestão muito centraliza­da. É isto que nós esperamos neste novo ciclo de governação: descentral­ização, recursos lá onde é preciso e não só recursos para a importação”, sublinhou o responsáve­l da AIA.

Em relação ao Caminhode-Ferro de Benguela, José Severino disse que, apesar de reabilitad­o e modernizad­o, o Estado angolano ainda não tira a devida vantagem do investimen­to efectuado.

“Era um dos melhores caminhos-de-ferro de África e circulavam aqui seis ou sete composiçõe­s por dia carregadas de minerais. Vamos ter de harmonizar as nossas relações com o Congo e temos de ser capazes de competir com os portos da Tanzânia”, disse.

Quanto à construção de uma refinaria em Benguela, José Severino não só está preocupado com a sua localizaçã­o como também com a forma como o petróleo vai ser exportado.

Para o industrial, já não pode ser através de vagões, mas sim de oleodutos e gasodutos que os outros países, segundo informou, já utilizam há 40 anos.

O presidente da Associação Industrial de Angola disse que refinaria não pode ser construída no Lobito, por falta de condições técnicas e ambientais, mas sim no sul da província de Benguela, mais concretame­nte no município da Baía Farta, onde deve ser construído o complexo petroquími­co, no âmbito do que chamou “uma visão moderna”: “Não podemos ficar só agarrados às pescas e à agricultur­a, mas expandir aquilo que Benguela tem na sua posição geográfica, aliada à capacidade das suas gentes.”

Estado angolano ainda não tira a devida vantagem do investimen­to efectuado no Caminho de Ferro de Benguela

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Porto do Lobito é um instrument­o de dinamizaçã­o da economia da região centro-sul

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