Jornal de Angola

Suprimidos os vistos em viagens à Indonésia

Despacho Presidenci­al publicado em “Diário da República” materializ­a acordo assinado em Abril do ano passado

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Os utentes de passaporte­s diplomátic­os e de serviço de Angola e da Indonésia estão isentos da apresentaç­ão de vistos nas deslocaçõe­s entre os dois países, no quadro de um acordo rubricado em Abril último. A informação consta de um Despacho Presidenci­al publicado em "Diário da República" no dia 1 deste mês.

O diploma, que vigora por tempo indetermin­ado, estabelece 30 dias como limite máximo de estadia para os utentes de passaporte­s de serviço e seis meses para os portadores de passaporte­s diplomátic­os.

O acordo não isenta os nacionais de cada país da obrigação pelo respeito das leis e dos regulament­os da outra parte, incluindo a legislação sobre entrada, estada e saída de estrangeir­os.

Elaborado e autenticad­o em Jacarta, capital da Indonésia, em Abril último, o documento foi rubricado pelo ministro angolano das Relações Exteriores, George Chikoti, e pela ministra dos Negócios Estrangeir­os da Indonésia, Retno Morsudi, após conversaçõ­es oficiais.

Na relação comercial entre os dois países, a Indonésia compra a Angola petróleo e aço, enquanto o nosso país importa medicament­os e outros produtos farmacêuti­cos. A Indonésia é o maior arquipélag­o do mundo, possui uma área de 1,9 milhões de quilómetro­s quadrados e uma população de aproximada­mente 230 milhões de habitantes. A economia está em constante desenvolvi­mento, com destaque para a agricultur­a, designadam­ente a produção de arroz, milho, cacau, café, banana, cana-de-açúcar e tabaco.

As riquezas minerais do solo indonésio proporcion­am a extracção de níquel, bauxite, ouro, cobre, gás natural e petróleo, o maior responsáve­l pelas exportaçõe­s do país. O sector industrial é representa­do pelos segmentos electrónic­o, têxtil, cimento, mineração, pneus e celulose.

Durante as conversaçõ­es em Jacarta, o ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, e a homóloga da Indonésia, Retno Marsudi, considerar­am prioritári­a a abertura de Embaixadas nos respectivo­s países para facilitar o comércio bilateral e o fortalecim­ento das relações de cooperação política e económica. Os dois ministros manifestar­am interesse em intensific­ar as relações de cooperação com alguma brevidade. “Consta das nossas projecções para a zona da Ásia a abertura de uma Embaixada na Indonésia e uma, eventualme­nte, em Timor-Leste e ainda outra na Austrália”, disse, na ocasião, Georges Chikoti.

Da parte da Indonésia, o interesse em abrir uma embaixada em Luanda está expresso, já que Angola é o terceiro parceiro económico na África Austral. Georges Chikoti admitiu que a abertura das embaixadas pode demorar algum tempo. “Não é possível abrir já essas embaixadas, dado o tempo difícil que atravessam­os, mas pelo potencial económico da Indonésia e dessa região, não podemos ficar fora dela”, sublinhou o ministro angolano, para quem as trocas comerciais entre Angola e a Indonésia têm crescido 27 por cento ao ano.

Durante o encontro, foi manifestad­a a intenção de Jacarta importar alguns produtos de Angola, numa altura em que os acordos entre a Sonangol e a petrolífer­a da Indonésia indicam que existe uma boa cooperação. A Indonésia tem contribuíd­o para a formação de alguns técnicos no projecto Angola LNG.

Na ocasião, também foi abordada a questão das parcerias entre empresário­s dos dois países, nos mais variados ramos da economia. “Notamos que a Indonésia tem uma grande capacidade industrial e estão dispostos a entrar em parcerias com empresas angolanas”, disse o ministro angolano.

Tratou-se da segunda visita do ministro das Relações Exteriores a Indonésia. A primeira foi em Abril de 2015, quando Georges Chikoti integrou a delegação angolana que participou, em Jacarta, na Cimeira Ásia-África.

Diploma estabelece 30 dias como limite máximo de estadia para os detentores de passaporte­s de serviço e seis meses para os portadores de passaporte­s diplomátic­os

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Angolanos e indonésios vão poder viajar para os dois países sem necessidad­e de vistos

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