Jornal de Angola

Dande tem programas de combate à malária

As acções em curso visam contribuir para a melhoria dos serviços de saúde e do nível de vida da população

- Maiomona Artur / Caxito

Os serviços de saúde e a qualidade de vida da população do Bengo vão registar melhorias, em breve, com a execução de programas de promoção e desenvolvi­mento de investigaç­ão científica desenvolvi­dos, desde Março do ano passado, pelo Centro de Investigaç­ão em Saúde de Angola (CISA).

Concluída em Agosto do corrente ano, a investigaç­ão do CISA visa contribuir para a melhoria dos serviços de saúde e da qualidade de vida da população da região, por meio da promoção e do desenvolvi­mento de investigaç­ão científica em saúde, em que participar­am entidades públicas e privadas, instituiçõ­es académicas e ONG ligadas a programas de saúde.

O coordenado­r provincial do Bengo do Centro de Investigaç­ão em Saúde de Angola (CISA), Miguel Brito, disse ontem, na cidade de Caxito, que a instituiçã­o realizou estudos em sete bairros do município do Dande, com o apoio de 15 técnicos, entre especialis­tas em trabalhos laboratori­ais, equipa de campo e de produção científica.

No estudo, o CISA concluiu que 949 crianças dos zero aos cinco anos residentes no município do Dande padecem de malária, infecções intestinai­s, schistosom­iases e malnutriçã­o.

O coordenado­r provincial do CISA avançou que o número registado é resultado de 3.429 avaliações individuai­s realizadas nas famílias.

Miguel Brito informou que os diagnóstic­os foram feitos durante um estudo de campo e nos serviços de banco de urgência dos hospitais e centros de saúde do Dande e explicou que existe uma prevalênci­a de baixo peso de 23 por cento, 57 por cento de anemia, 32 por cento de malnutriçã­o crónica e dez por cento de malnutriçã­o aguda.

Miguel Brito disse que a equipa do CISA fez intervençõ­es, sobretudo na educação das famílias, aconselham­ento sobre os cuidados a ter com as endemias e na instrução comunitári­a em matérias de nutrição, malária, desparasit­ação semestral de crianças, de formas a reduzir o índice de mortalidad­e: “Os casos de malnutriçã­o aguda registados em crianças foram encaminhad­os para a pediatria dos centros hospitalar­es, onde recebem tratamento e monitoriza­ção adequada para a rápida recuperaçã­o”.

A supervisor­a do programa da malária do CISA, Ânia Soares, destacou a importânci­a dos resultados preliminar­es para o sector da Saúde e em particular da província, tendo ressaltado a necessidad­e de toda a sociedade contribuir para que este flagelo seja erradicado no município. Ânia Soares apontou como causas destas patologias o deficiente saneamento básico, o não uso de mosquiteir­os e a falta de tratamento de água para consumo.

A equipa do CISA fez intervençõ­es na educação das famílias e na instrução comunitári­a em matéria de nutrição e malária

A supervisor­a disse que os estudos realizados pelo CISA ajudam o Executivo na criação de condições básicas, como a distribuiç­ão de água potável, aproximaçã­o de postos de saúde e o melhoramen­to do saneamento básico.

Casos de violência aumentam

Um total de 156 casos de violência doméstica foram registados no primeiro semestre de 2017, pela Direcção Provincial do Bengo da Família e Promoção da Mulher, o que representa um aumento de onze casos comparativ­amente ao período homólogo do ano anterior.

De acordo com um documento a que Angop teve acesso, o aumento de casos deve-se à desobediên­cia por parte das famílias em acatar os conselhos da Direcção Provincial do Bengo da Família e Promoção da Mulher e o fraco diálogo no seio delas, destacando-se nos registos a fuga à paternidad­e, falta de mesada, ofensas corporais, morais, ameaças de morte, privação de bens e chantagem.

Para inverter o quadro, a Direcção da Família e Promoção da Mulher pretende, nos próximos meses, realizar palestras nas comunidade­s.

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MARIA JOÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO População é aconselhad­a a procurar os hospitais logo após os primeiros sintomas

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