Batata é referência do Chinguar
Chegada do comboio abriu as portas do município para novos horizontes. Hoje, o crescimento do sector económico é uma realidade que surge a passos largos, com o aumento das trocas comerciais com outras regiões.
Embora tenha as suas origens na América do Sul, há mais de mil anos, a batata rena é hoje um dos produtos mais cultivados na localidade do Chinguar. Os campos de cultivo ganham vida logo à chegada dos visitantes. O verde sobrepõe-se à imagem completa de um município em crescimento e mostra o empenho e o interesse dos seus habitantes na agricultura.
Situado a 75 quilómetros a sudoeste do Cuito, capital do Bié, o município do Chinguar é uma referência na cultura de bata rena. Nessa vertente, a Fazenda Vinevala, que cultiva o produto em maior escala no país, é o “cartão de visita” da região. No espaço, ainda existem outras culturas a serem produzidas, como as do trigo, feijão e milho.
Hoje, a grande aposta do seu proprietário passa por expandir o negócio. No ano passado, a título experimental, a fazenda produziu 50 toneladas de trigo bruto, comercializado ao preço de 500 kwanzas por quilograma.
Durante este período, responsáveis de zonas industriais do Cuanza-Sul, Malanje e Cuando Cubango visitaram a fazenda para adquirir trigo e transformálo em farinha.
Outro projecto com impacto positivo na região é o do “Aldeamento Ki Kuia”, inserido no programa “Eco Vilas”, que inclui a criação de um sistema especializado de produção de alimentos, fomento da aquicultura e a construção de viveiros de frutas.
O projecto, financiado pelo Ministério do Comércio, em parceria com o Governo do Bié, é parte do Programa de Combate à Fome e à Pobreza, em curso no país, e inclui ainda a construção de projectos habitacionais na aldeia de Cantão 4.
Para a melhoria da qualidade de vida dos munícipes, a administração local, em parceria com o governo da província, está a construir diversos postos de saúde, escolas primária e do I ciclo do ensino secundário.
Trocas comerciais
A chegada do comboio do Caminho-de-Ferro de Benguela ao Bié e à circunscrição, particularmente, está a impulsionar, e muito, as trocas comerciais entre munícipes e populações vizinhas.
Actualmente, a região dá claros sinais positivos de crescimento devido ao caminho-de-ferro. Os ganhos são inúmeros e a movimentação dos citadinos é uma prova disso. A maioria vê no comboio a saída para pesquisar novos mercados para a venda dos seus produtos. Alguns perspectivam dias melhores. Os comerciantes estão a manter contacto com outros, de forma a aumentarem os seus volumes de negócios.
A construção de 200 fogos habitacionais é outro dos projectos de relevo, que mostra o crescimento do município, que até o momento já beneficiou de 150 habitações, além de 30 casas evolutivas.
Outros programas
O programa de autoconstrução dirigida, assim como o das reservas fundiárias do Estado têm seguido a passos largos. Vários planos de urbanização foram realizados no município até ao momento, tendo em vista a melhoria da condição de vida da população.
Os programas “Água para Todos” e os ligados à agricultura, com destaque para a construção de escolas próximo dos campos de cultivo, em colaboração com as associações de camponeses e cooperativas agrícolas, também estão a ganhar espaço no Chinguar. O Centro de Logística e Distribuição (Clod), com oito câmaras de conservação de produtos, é outra referência do município.
Saúde e Educação
Quanto aos cuidados primários de saúde, a construção do hospital municipal, de 17 postos sanitários, de um centro materno-infantil, na sede do Chinguar, assim como de outros dois nas comunas do Cangote e do Cutato garantem a proximidade destes serviços à população.
Além destas infra-estruturas, constam ainda do projecto da administração a construção de uma repartição de saúde, a ampliação dos serviços da morgue, bloco operatório, raio X, hemoterapia e de laboratórios, para dar sustentabilidade ao sector, que conta com um número reduzido de quadros.
Este ano, a nível da Educação, foram matriculados 45.795 alunos, inseridos em escolas do ensino primário, I e II ciclos do ensino secundário e do magistério primário. Os serviços do sector são assegurados por 1.331 professores, número considerado reduzido pela administradora local, Beatriz Napende Diniz, que disse existir um total de 3.345 crianças fora do sistema de ensino.
Quanto aos serviços de energia e de abastecimento de água, segundo a administradora, a situação tem melhorado significativamente. O fornecimento de energia é feito através seis grupos geradores, ao passo que o de água, por sistemas de manivelas e com painéis solares, a nível das sedes comunais, ombalas e aldeias com maior densidade populacional.
Administrativamente, faz fronteira a sul com o Chitembo, a sudoeste com o Cuito, a oeste com o Cachiungo e a norte com o Cunhinga. Depois da Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975, passaram pela região oito administradores: Neto Pinto, Manuel Pena, Gabriel Essuvu, Augusto Barros, Carlos Candembe, Calvino Chingongo, Maria Domingos e a actual Beatriz Napende Diniz.
Cuidados primários de saúde melhoraram com a construção do hospital municipal, novos postos sanitários e um centro maternoinfantil