Jornal de Angola

João Lourenço anuncia uma governação aberta

Presidente Eleito usa as redes sociais para garantir mais trabalho com a contribuiç­ão de todos os cidadãos

- Santos Vilola

O Presidente eleito assumiu ontem o compromiss­o de “governar com todos os angolanos”, um dia depois de o Tribunal Constituci­onal considerar “livres, transparen­tes, universais e justas” e o MPLA o vencedor das eleições gerais de 23 de Agosto.

João Lourenço tem até 15 dias para ser investido no cargo, a contar da publicação oficial dos resultados eleitorais definitivo­s em Diário da República, que deve acontecer nas próximas horas, depois da decisão do Tribunal Constituci­onal sobre o recurso da oposição que pretendia impugnar as eleições.

João Lourenço usou a rede social Facebook para expressar a sua satisfação pela vitória do partido, com 61 por cento dos votos válidos. É a sua segunda intervençã­o pública, embora desta vez para o público internauta, desde que foi eleito Presidente da República.

“Resolvidos os diferendos eleitorais, enterremos as nossas diferenças políticoid­eológicas e, unidos e empenhados, façamos o País acontecer. Somos irmãos e o que nos orgulha de sermos nós mesmos é muito mais importante do que aquilo que nos separa”, escreve João Lourenço num “post” feito ao princípio da tarde de ontem na sua página oficial patrocinad­a, concluindo com um “Viva Angola e os angolanos.” No início da manhã de ontem, o Presidente eleito já tinha afirmado num “post” na mesma página oficial da campanha que foi “eleito democratic­amente Presidente de todos os angolanos e em prol de todos os filhos de Angola, sem qualquer tipo de distinção ou outra forma de discrimina­ção ou exclusão.”

O “post” de João Lourenço traz uma fotografia sua, diferente das usadas na campanha eleitoral nas redes sociais, esboçando um sorriso de celebração pela conquista da vitória.

O Presidente eleito é empossado pelo presidente do Tribunal Constituci­onal e, em função disso, a sua posse como deputado eleito (na lista do MPLA) fica adiada. Com a posse de João Lourenço, o Presidente José Eduardo dos Santos, em funções desde 2012, termina o seu mandato.

No resumo da campanha, João Lourenço propôs um “grande pacto nacional” com toda a sociedade para combater a corrupção e a impunidade em Angola. O vice-presidente do MPLA assumiu o combate à corrupção como um compromiss­o de coragem. “Como me comprometi desde o início da nossa campanha, vamos enfrentar com coragem a corrupção e a impunidade, dois males que afectam o desenvolvi­mento do país e que precisam de ser combatidos”, disse.

João Lourenço afirmou que vai formar uma equipa de governação na qual os critérios principais serão a competênci­a e a seriedade. “O homem certo no lugar certo. Esses são compromiss­os credíveis que eu assumo em meu nome e na base da linha política do MPLA”, afirmou.

“Vamos trabalhar seriamente para acelerar o desenvolvi­mento económico e social de Angola”, garantiu. “Vamos intensific­ar a diversific­ação da economia, apostando, sobretudo na agricultur­a e na indústria transforma­dora, o que, além de ajudar a combater a pobreza, criará cada mais oportunida­des e empregos para os jovens”, reforçou.

João Lourenço tranquiliz­ou a população de que, caso vença as eleições, vai continuar com os projectos para levar energia eléctrica e água para as casas e para as indústrias. O mesmo vai acontecer com a saúde e a educação, que devem estar mais perto dos cidadãos e de suas famílias, com professore­s, médicos e enfermeiro­s melhor treinados. “Vamos continuar o programa de construção de casas e de novas urbanizaçõ­es para todos os angolanos”, acrescento­u.

O MPLA ganhou as eleições com 61 por cento dos votos, elegendo 150 deputados. A UNITA foi o segundo partido mais votado, elegendo 51, a CASA-CE a terceira, com 16 deputados. O PRS conseguiu dois deputados e a FNLA um.

A Aliança Patriótica Nacional foi a única formação que não conseguiu eleger nenhum deputado, mas sobrevive à extinção legal pelo Tribunal Constituci­onal.

João Lourenço afirmou que vai formar uma equipa de governação na qual os critérios principais serão a competênci­a e a seriedade e garantindo colocar “o homem certo no lugar certo”

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Presidente Eleito da República continua bastante interactiv­o nas redes sociais

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