Cidadãos criticam incapacidade da comunidade internacional
de um novo período eleitoral, com eleições legislativas e presidenciais agendadas para 2018 e 2019, respectivamente, aumentam os receios de ser o actual Governo, liderado pelo primeiro-ministro Umaro Sissoko Embaló, a conduzir o processo eleitoral.
“Os partidos que vão concorrer não o vão admitir. E isso vai piorar ainda mais a crise. Por isso, os guineenses e, sobretudo, a sociedade civil apelam por uma intervenção mais séria da comunidade internacional”, afirmou à agência de notícias Deutsche Welle o politólogo guineense Rui Semedo.
Para o politólogo, a CEDEAO e a ONU sabem que têm de fazer alguma coisa, mas não fazem. “Os guineenses sabem muito bem que a comunidade internacional não tem muito interesse na Guiné-Bissau e nunca vão ter uma acção mais robusta em relação à crise guineense”, lamenta.
O Presidente da República e o primeiro-ministro saído das últimas eleições, José Mário Vaz e Domingos Simões Pereira, são ambos do PAIGC.
José Mário Vaz era inferior hierárquico de Domingos Simões Pereira no PAIGC, por o segundo ser o líder do partido, e este, por sua vez, era inferior hierárquico do primeiro a nível do Estado, guineense por o primeiro ser o Presidente da República. Domingos Simões Pereira acumulava a chefia de Governo com o cargo de presidente do partido que ganhou com maioria absoluta as legislativas, até ser demitido por José Mário Vaz, cuja candidatura foi apoiada pelo PAIGC.
Desde as presidenciais, em 2014, o Chefe do Estado já nomeou cinco primeiroministros, o último dos quais, em Dezembro de 2016.