População é exortada a deixar zonas de risco
Governo Provincial cria condições para o realojamento de 1.750 famílias em áreas que tenham mais segurança
O Governo da Província de Benguela vai realojar em breve 1.750 famílias que vivem em zonas de risco, como encostas e linhas de água, das cidades do Lobito, Catumbela e Benguela, anunciou terçafeira, no Lobito, o director nacional para Infra-estruturas do Ministério da Construção e Urbanismo.
José Paulo Kai falava durante o acto de apresentação do projecto que prevê a execução da empreitada de macro drenagem dos municípios do Lobito/Catumbela/Benguela, estabilização e regeneração das zonas de risco nas encostas do Lobito, incluindo a via rápida que liga ambas as circunscrições, no âmbito da implementação do projecto de infra-estruturas integradas da província de Benguela.
O empreiteiro para a execução da obra já foi mobilizado, disse José Kai, para quem existe, de igual modo, um espaço prévio que está a ser apreciado pelo governo da província para a sua validação, podendo a obra arrancar nos próximos dias.
No final da apresentação, a administradora da Catumbela, Filomena Pascoal, frisou que o projecto é uma mais-valia, considerando a geomorfologia complexa dos dois municípios, com montanhas muito acentuadas.
“O projecto social da transferência dos cidadãos das zonas de risco para as de maior estabilidade é bem-vindo, porque ainda temos a má recordação das enxurradas de 11 de Março de 2015 e este projecto vem salvar muitas vidas e tirar a população das zonas de risco”, reconheceu a administradora.
Filomena Pascoal exortou a população a ter consciência dos riscos das zonas onde vivem, para que não haja um retorno à origem e uma nova ocupação das áreas que serão abandonadas, facto pelo qual a organização não-governamental Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo (ADPP) já está a sensibilizar as comunidades.
O administrador municipal do Lobito regozijou-se com a orientação do Conselho de Ministros que aprovou o projecto e disse que vão fazer com que as empresas possuidoras de redes técnicas de água, energia e telecomunicações na via rápida não criem obstáculos durante a execução do projecto.
“Vamos mobilizar os munícipes para se envolverem no projecto, para que os trabalhos decorram sem constrangimentos e da forma que estão projectados”, assegurou.
O vice-governador de Benguela para a área Técnica e Infra-estruturas, Victor Moita, sublinhou que já foi feito o levantamento das pessoas que vivem em áreas de risco e dos que devem ser realojados e foi encontrado o espaço para o seu realojamento.
A administradora da Catumbela exortou a população no sentido de evitar construir em zonas de risco
Para Victor Moita, esta é uma boa notícia para os benguelenses e todos devem estar preparados para trabalhar para que as comunidades que se encontram no povoado dos Cabrais e noutras possam ser realojadas e não voltem a construir em zonas de risco.
“O Governo da Província de Benguela está a trabalhar no sentido de terminar 120 casas, das 370 existentes na povoação dos Cabrais, que já estão a ser cobertas”, concluiu Victor Moita.
Fornecimento de energia
A produção e distribuição de energia eléctrica no município da Ganda, sudeste da cidade de Benguela, vai melhorar nos próximos três meses, com a instalação de uma central térmica interligada à subestação local.
Com capacidade para produzir oito megawatts, a central térmica será acoplado a dois grupos geradores, para servir de fontes alternativas em caso de falhas de energia fornecida a partir das barragens hidroeléctricas do Lomaum ou do Ngove.O encarregado das obras, Pedro Faustino, informou que o sistema conta com um posto de transformação, para permitir o alargamento da rede.