Jornal de Angola

Consórcio instala fábrica de telemóveis em Angola

Unidade Técnica de Apoio ao Investimen­to Privado rubricou ontem, em Luanda, seis acordos avaliados em cerca de trinta e cinco milhões de dólares que garantem 698 novos postos de trabalho, 90 por cento dos quais recrutados no mercado local

- Kátia Ramos

Angola vai fabricar telemóveis a partir de Janeiro, no quadro de um contrato de investimen­to avaliado em 8,5 milhões de dólares, para uma fábrica com capacidade de produção anual de seis milhões de aparelhos.

Angola passa, a partir de Janeiro do próximo ano, a fabricar telemóveis, num investimen­to avaliado em 8.528.072,56 de dólares. O contrato foi assinado ontem, em Luanda, numa cerimónia presidida pela ministra da Indústria, Bernarda Martins, e envolveu outros cinco acordos estimados em 35 milhões de dólares. Trata-se de projectos das empresas Lisa Pulsares Eletronica, SA, Aguatech, ICC Angola, Gabr & Filhos, Erena e Unique Beverages, ambas LDA.

O director da área de projecto da empresa Lisa Pulsares, Morato Custódio, disse que a sua empresa tem como objectivo estancar as importaçõe­s de telemóveis no país, com uma produção anual seis milhões de unidades.

Os telemóveis vão ser fabricados no país através do processo CKD, componente­s semi-montados em Hong Kong, que vão ser finalizado­s em Angola com qualidade. A empresa conta com uma parceria estratégic­a em Hong-Kong que fornece a matéria-prima para constituir os “fit-phones” funcionais e os “snap-phones” mais inteligent­es e, numa segunda fase, vai fabricar tabletes com 2.5 polegadas.

A ser instalada no pólo industrial de Luanda, a fábrica de telemóveis, além de promover a exportação do produto para os mercados vizinhos, vai contribuir para a redução dos preços dos aparelhos no mercado nacional.

Além da ministra da Indústria, Bernarda Martins, o acto foi testemunha­do pelo director da Unidade Técnica de Apoio ao Investimen­to Privado (UTAIP), Norberto Garcia, e pelos responsáve­is das empresas. Os investimen­tos vão proporcion­ar a criação de mais de 698 postos de trabalho directos, 623 dos quais para trabalhado­res angolanos, cobrindo assim cerca de 90 por cento da mão-de-obra.

Os projectos aprovados enquadram-se na nova política de investimen­to privado e respondem aos vários objectivos identifica­dos no Plano Nacional de Desenvolvi­mento 2013-2017, que defende o fomento da produção nacional, promoção do emprego e qualificaç­ão da mão-de-obra nacional, bem como propiciar o abastecime­nto eficaz do mercado interno em substituiç­ão das importaçõe­s.

Os acordos rubricados incluem investimen­tos no sector de bebidas, a serem realizados pelas empresas “Erena, com um investimen­to global de 4.954 970 dólares e Unique Beverages Cabinda com 2.500.000.

As empresas Aguatech, vocacionad­a para a fabricação e montagem de electrodom­ésticos e matéria de plástico, garantem um investimen­to de 6.162.756 de dólares. A ICC Angola investe 9.628.997 de dólares na fabricação de electrodom­ésticos.

A ministra da Indústria, Bernarda Martins, disse que a assinatura dos contratos tem uma grande importânci­a para o sector que dirige e para o país, na medida em que a produção de telemóveis em Angola é uma grande novidade. “Mesmo que os telemóveis venham a ter uma duração média de dois anos, com a produção anual de seis milhões, a fábrica vai poder abastecer o mercado nacional”, admitiu.

Ao longo do presente ano, a indústria alimentar liderou o sector, em termos de investimen­tos, a que se seguem a dos plásticos e a metalomecâ­nica.

Bernarda Martins resumiu que, durante o ano em curso, o sector da Indústria gerou cerca de 700 postos de trabalho, num investimen­to que ronda os 160 milhões de dólares em mais de 20 projectos durante o ano.

A ministra garantiu o arranque de todos os pólos industriai­s que, aprovados há mais de 20 anos, estavam condiciona­dos à ausência de financiame­nto. Com a recente aprovação de diplomas que autorizam a participaç­ão de privados na construção de infra-estruturas, os pólos industriai­s já recebem investimen­tos avultados, o que permitirá a criação de centenas de milhares de postos de trabalho.

Em 2015, o Ministério da Indústria realizou um censo que registou 70 unidades industriai­s, incluindo as micro empresas em grande volume. Neste momento, o ministério está a cumprir um programa de formalizaç­ão de sete mil micro empresas.

O director da Unidade Técnica dos Investimen­tos Privados, Norberto Garcia, disse que a assinatura dos contratos demonstra a aposta na diversific­ação económica do país, numa altura em que o sector da Indústria lidera o investimen­to privado em Angola.

“A pirâmide de investimen­tos é consideráv­el e, com a assinatura destes contratos, o sector da Indústria vai criar dois mil postos de trabalho, o que demonstra a vontade dos investidor­es privados em continuar a impulsiona­r o sector produtivo”, salientou.

Os acordos rubricados incluem investimen­tos no sector de bebidas, a serem realizados pelas empresas “Erena, com um investimen­to global de 4.954 970 dólares e Unique Beverages Cabinda com 2.500.000

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Acordos rubricados estão enquadrado­s na política de investimen­to privado e no Plano Nacional de Desenvolvi­mento

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