Jornal de Angola

Novo teste balístico causa indignação na comunidade internacio­nal

Coreia do Norte mantém o programa de ensaios com armas apesar do reforço das sanções decretadas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas ao voltar a efectuar um lançamento de míssil que sobrevoou o território do Japão

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O novo teste balístico efectuado pela Coreia do Norte despoletou ontem uma forte condenação da comunidade internacio­nal com o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, a qualificar a acção como uma “manifesta violação” das resoluções do Conselho de Segurança por parte de Pyongyang.

O lançamento aconteceu na noite de quinta-feira a partir de um aeroporto de Sunam. O míssil sobrevoou a ilha japonesa de Hokkaido e caíu 20 minutos depois em águas do oceano Pacífico, a cerca de dois mil quilómetro­s do Cabo Erimo, território nipónico, tendo percorrido 3.700 km, no total. Por meio do seu porta-voz, Guterres expressou a sua condenação pelo facto e pediu aos líderes norte-coreanos que cessem estas práticas.

“Esta manifesta violação das resoluções do Conselho de Segurança acontece dias depois da Coreia do Norte ter efectuado o seu sexto teste nuclear”, lembrou o comunicado.

Na nota, Guterres faz um apelo ao governo de Pyongyang para que aceite “explorar o reatamento de um diálogo sincero sobre a desnuclear­ização” na região. O comunicado refere que António Guterres irá discutir este tema durante as reuniões que vão decorrer na sede das Nações Unidas na próxima semana por ocasião do debate anual de alto nível da Assembleia-Geral. Pouco após saber deste lançamento, o Conselho de Segurança anunciou a convocação de uma reunião de urgência, com o objectivo de realizar consultas à porta fechada.

O novo desafio nortecorea­no ocorreu depois do Conselho de Segurança ter aprovado, na passada segunda feira um novo pacote de sanções económicas contra o Governo de Pyongyang pelo teste nuclear do último dia 3 de Setembro. Apelo da China A China condenou ontem o mais recente lançamento de míssil da Coreia do Norte, que sobrevoou o Japão, e pediu “moderação” às partes envolvidas no actual conflito com o governo do Presidente Kim Jong-Un, noticiou a France Press.

“Pequim opõe-se à violação pela Coreia do Norte das resoluções do Conselho de Segurança (da ONU) e ao uso de tecnologia de mísseis balísticos para disparos”, declarou a porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeir­os, Hua Chunying, que pediu às “partes envolvidas que actuem com moderação”

Um pouco antes, o secretário-geral da OTAN, Jean Stoltenber­g, pediu “uma resposta mundial”.

“O disparo do míssil da Coreia do Norte é outra violação das resoluções da ONU que proíbem a Pyongyang o desenvolvi­mento de armas balísticas e nucleares”, escreveu Stoltenber­g no Twitter. Esta “importante ameaça contra a paz e a segurança internacio­nal pede uma resposta mundial”, acrescento­u. O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, condenou “o provocador” lançamento do míssil e instou “todas as Nações”, sobretudo a China e a Rússia a aplicarem “novas medidas” para conter Pyongyang. “Pedimos a todas as Nações que adoptem novas medidas contra a Coreia do Norte de Kim Jong-un”, afirmou Rex Tillerson, num comunicado emitido pelo Departamen­to de Estado. Putin e Macron Os Presidente­s russo, Vladimir Putin, e francês, Emmanuel Macron, apelaram a “negociaçõe­s directas” com a Coreia do Norte para diminuir as tensões na região da península coreana, anunciou o Kremlin.

No decurso de um contacto telefónico, os dois Chefes de Estado “estiveram de acordo em relação ao carácter inadmissív­el do prosseguim­ento de uma escalada” na península coreana, avançou o Kremlin num comunicado.

O texto acrescenta que Macron e Putin também manifestar­am “a necessidad­e de resolver esta situação extremamen­te complicada exclusivam­ente por meios políticos e diplomátic­os, através do reinício das negociaçõe­s directas”.

Em paralelo, os dois presidente­s “condenaram firmemente as acções provocatór­ias das autoridade­s da Coreia do Norte, que violam de forma grosseira, as resoluções do Conselho de Segurança da Organizaçã­o das Nações Unidas”.

Ao reagir ao novo disparo de um míssil norte-coreano, o Quai d'Orsay, sede da diplomacia francesa, também se pronunciou por um reforço das sanções dirigidas à Coreia do Norte.

“A França está pronta a trabalhar, designadam­ente no Conselho de Segurança das Nações Unidas e da União Europeia, no reforço das medidas destinadas a convencer Pyongyang que não tem qualquer interesse numa escalada, e conduzi-lo à mesa das negociaçõe­s”, referiu a porta-voz Agnès Romanet-Espagne.

Os Presidente­s russo, Vladimir Putin, e francês, Emmanuel Macron, apelaram a “negociaçõe­s directas” com a Coreia do Norte para diminuir as tensões na região da península coreana

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ARTE | EDIÇÕES NOVEMBRO Míssil balístico norte-coreano de médio alcance percorreu mais de dois mil quilómetro­s em vinte minutos e caiu perto do Cabo Erimo no Oceano Pacífico COMPILAÇÃO DE DADOS: EDIÇÕES NOVEMBRO

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