Mundo celebra hoje Dia para a Preservação da Camada de Ozono
Hoje é o Dia Mundial para a Preservação da Camada de Ozono, um problema global, embora pareça lesar a uns mais do que a outros. O mundo acaba de ver os efeitos do furação tropical Irma
O termo entrou no vocabulário da maioria dos países há relativamente pouco tempo, mais ou menos a seguir à assinatura, em Montreal, Canadá, do Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Prejudicam a Camada de Ozono, em 1987. Antes disso e da proclamação do Dia Mundial para a Preservação da Camada do Ozono, a 16 de Setembro, pouco ou nada se falava no Ozono, que continua a ser tratado como um problema alheio pela maioria das pessoas e das sociedades.
A verdade é que, ao contrário do tom de despreocupação que se pretende fazer vincar quando se refere que tal ou qual “também acontece nas melhores famílias”, por pior que seja o azar, a contínua degradação da camada de Ozono, é um problema global, embora pareça lesar a uns mais do que a outros, o que nos impele a fazermos recurso ao adágio muito usado pelos que se dizem mais atentos a todos os fenómenos da vida: “não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem!”.
O mundo acaba de ficar preso aos ecrãs dos televisores devido aos efeitos do furação tropical Irma, que devastou a região das Caraíbas e atingiu a Florida, nos Estados Unidos. Irma, foi o furacão mais forte já registado na bacia do Oceano Atlântico fora do Caraíbas e golfo do México, estando empatado com o furacão do Labor Day como o mais potente ciclone a fazer landfall já registado na bacia atlântica, assim como o mais forte furacão atlântico em termos de ventos máximos sustentados desde o Wilma, em 2005, e o mais intenso em termos de pressão desde o Dean, em 2007, assim como o primeiro de tal intensidade a fazer landfall em qualquer ponto da bacia Atlântica desde o Félix em 2007. Irma é também o primeiro furacão de categoria 5 a afectar as Ilhas de Sotavento setentrionais, e o segundo registado a atingir Cuba com tal intensidade, após um furacão registado em 1924. Adicionalmente, Irma fez landfall Florida Keys com ventos de 215 km/h, e uma pressão de 929 mbar, tornando-o o furacão mais forte a atingir a Flórida em termos de velocidade do vento desde o Charley em 2004, e o mais intenso a atingir aquele estado em termos de pressão atmosférica desde o Andrew em 1992.
Em meteorologia, landfall é quando um ciclone tropical (furacões, tempestades ciclónicas, tufões, etc.) ou também uma tromba de água move-se sobre terra depois de estar sobre água. Quando uma tromba de água tornádica faz landfall, ele é classificado como um tornado e então pode causar danos a construções em geral.
No caso de ciclones tropicais, estes apenas são classificados como fazendo landfall quando seu olho (o centro do ciclone, na ausência do olho) move-se sobre terra. O lugar exacto onde ocorreu um landfall sofre os maiores impactos. É exactamente na área onde ocorre o landfall que recebe os ventos mais fortes encontrados na parede do olho, onde acontece o pico de elevação da maré de tempestade e também onde ocorrem as chuvas mais fortes. É exactamente no momento do landfall que os ciclones tropicais começam a perder intensidade, pois perdem a sua principal fonte de energia, as águas mornas na superfície do mar.
O objectivo das Nações Unidas ao celebrar o Dia Mundial do Ozono, criado em 1994, é alertar sobre a destruição da Camada de Ozono e procurar soluções para protegê-la. A Camada de Ozono é um escudo gasoso frágil que protege o globo das radiações solares, preservando assim a vida na Terra. Cabe aos governos, às indústrias e às organizações internacionais, a tarefa de unir esforços para eliminar os produtos químicos responsáveis pela destruição da Camada de Ozono.
Numa mensagem divulgada no ano passado a propósito da data, ONU referir que o Protocolo de Montreal sobre Substâncias que destroem a Camada de Ozono “está largamente reconhecido como um dos tratados ambientais mais bem-sucedidos da história”. O documento, adiantava, tem hoje ampla ratificação universal, e “estabelece um controlo juridicamente vinculado à produção e ao consumo nacionais de substâncias que esgotam o ozono”.
A ONU acrescentava na mensagem que “descobertas científicas recentes revelaram a importância do Protocolo de Montreal”, sem o qual e os acordos associados, “os níveis atmosféricos de substâncias nocivas à camada de ozono poderiam ter aumentado vindo mesmo a duplicar em 2050. A acção concertada tem prevenido milhões de casos de cancro de pele.
O protocolo tem também contribuído, dizia, de forma significativa para o combate às alterações climáticas, uma vez que muitas das substâncias que destroem a camada de ozono são poderosos gazes com efeito de estufa. “As alterações climáticas estão a afectar as comunidades, a economia e os ecossistemas em todo o mundo”, pontualizava a ONU, que lançou, na ocasião um repto a todos os países: “É essencial que actuemos para atenuar a ameaça com a mesma união e determinação que temos para enfrentar os perigos da destruição do ozono”. Como se pode depreender do tom utilizado pelas Nações Unidas na sua mensagem no ano passado, o Mundo tem muito que aprender nesta matéria e para tal é importante que se inspire nos esforços que já feitos para preservar a camada de ozono para aplicar medidas ao nível global. De notar que a maioria das pessoas associa de forma restritiva o problema da degradação da camada de ozono às doenças da pele, conferindolhe foros de enfermidade de afecta apenas os frequentadores das praias e aqueles que passam mais tempo expostos aos raios solares. Será, pois, de repetir aos incautos que por mais que menosprezem os males causados, eles são como as bruxas.
Objectivo das Nações Unidas é alertar sobre a destruição da Camada de Ozono e procurar soluções para protegê-la