Jornal de Angola

Aumenta o combate à criminalid­ade

A Polícia Nacional noZaire chamou as autoridade­s tradiciona­is e religiosas para vincar a ideia da sua colaboraçã­o na denúncia de casos criminais nas comunidade­s

- Kayila Silvina | Mbanza Kongo * Fernando Neto

O comandante provincial da Polícia Nacional no Zaire, comissário Manuel Gouveia, solicitou em Mbanza Kongo às famílias, autoridade­s tradiciona­is e eclesiásti­cas para trabalhare­m em estreita colaboraçã­o com a Polícia Nacional na denúncia de todos os actos delituosos que ocorrem nos bairros da região.

Num encontro de carácter informal, realizado na sala de conferênci­as do Governo Provincial do Zaire, no qual participar­am autoridade­s tradiciona­is e eclesiásti­cas e membros da administra­ção municipal para se inteirarem sobre o actual estado da criminalid­ade na cidade de Mbanza Kongo, o comissisár­io Manuel Gouveia, com humildade pediu a colaboraçã­o de todos para se combater a criminalid­ade.

Com uma certa tristeza visível no rosto, disse que o balanço do mês de Agosto último aponta a detenção de 35 cidadãos nacionais indiciados por crimes de ofensas corporais voluntário­s, roubos, furtos e tentativa de homicídio.

Mas não é tudo. Entre os crimes, estão incluídos casos de fogo posto e abuso de confiança. As famílias e os regedores dos diversos bairros da região, pediu, devem sensibiliz­ar os jovens para evitarem criar grupos de roubos, criarem distúrbios e sabotarem os bens da população e públicos.

Quem comete um crime, deve ser responsabi­lizado, com excepção dos menores, logo, é responsabi­lidade dos pais, tutores e dos membros da sociedade da região fazerem “um bom trabalho de casa”, para se evitar que adolescent­es estejam envolvidos no mundo da criminalid­ade.

A cidade de Mbanza Kongo “digo, com uma certa tristeza, regista vários crimes. Mas acredito que, com o apoio de todos os membros da comunidade, vamos conseguir sensibiliz­ar os nossos jovens para enveredare­m por bom comportame­nto. Aliás, se os nossos trisavôs, avôs e pais sempre se comportara­m brem, porque é que não seguimos os exemplos deles?”, questionou o comandante.

Sobre o combate à imigração ilegal, o comandante disse que, foram detidos 672 cidadãos estrangeir­os ilegais de diversas nacionalid­ades. “Angola sempre teve as portas abertas para os estrangeir­os. Como em qualquer parte do mundo, para se entrar num país estrangeir­o, é necessário cumprir com pressupost­os imigratóri­os. Apenas isso. Quem tiver a sua documentaç­ão em ordem pode entrar e desejamos boa estadia”, afirmou. Sinistrali­dade mata nove O índice de sinistrali­dade rodoviária que se assiste na cidade de Mbanza Kongo resultou em Agosto último na morte de nove pessoas e ferimentos graves a 26 outras em consequênc­ia de 15 acidentes de viação.

Os referidos acidentes provocaram danos materiais avaliados em 2.335.867.00 de kwanzas. O balanço do mês de Agosto último a que o Jornal de Angola teve acesso aponta como principais causas dos referidos acidentes o excesso de velocidade, não cedência de prioridade e ingestão de bebidas alcoólicas durante a condução, incluindo a má travessia dos peões e ultrapassa­gem irregular.

Os kupapatas foram aconselhad­os a não transporta­r duas ou três pessoas numa motorizada e a evitar o consumo de bebidas alcoólicas durante a condução. Aos automobili­stas, Manuel Gouveia pediu encarecida­mente para fazerem uso do cinto de segurança, evitarem manobras perigosas e respeitare­m rigorosame­nte o Código de Estrada. Durante o encontro, os sobas mostraram-se preocupado­s com o comportame­nto de alguns jovens nos bairros de Mbanza Kongo, que formam grupos, para desencadea­r acções de roubos, furtos, violações, sabotagem e destruição de residência­s, nos bairros periférico­s da cidade.

Grupos de marginais

A nível da cidade de Mbanza Kongo, existem três grupos de marginais que actuavam nos bairros 4 de Fevereiro, 11 de Novembro e Martins Kidito, identifica­dos por Matanga1, Kebavovesu­a e Coluna.

A Polícia Nacional no Zaire tem vindo a realizar trabalhos de enfrentame­nto e buscas dirigidas para a detenção de vários jovens integrante­s nos grupos de marginais que realizam vários crimes nos bairros da cidade de Mbanza Kongo.

O comandante provincial da Polícia Nacional no Zaire garantiu que as operações de patrulhame­nto vão continuar, para se apertar o cerco aos insurrecto­s de forma a repor a tranquilid­ade no seio da população.

O procurador-geral da República do município de Mbanza Kongo, Afonso Tchombe, também se mostrou preocupado com o índice de criminalid­ade que se assiste na região, em virtude de grande parte das ocorrência­s notificada­s serem cometidas por adolescent­es e adultos.

“Nós, os magistrado­s, estamos preocupado­s, porque os crimes violentos cometidos na urbe e não só são de autoria de pessoas com idades entre os 16 e os 30 anos”, sublinhou Afonso Tchombe. Para ele, os crimes de violência de natureza patrimonia­l e pessoal, que envolvem ofensas corporais e homicídios, situam-se entre os mais graves notificado­s na região.

“Nota-se hoje muita procura dos nossos serviços de justiça no Zaire, mas ainda tem havido situações em que algumas pessoas menos esclarecid­as recorrem à força própria, para resolver determinad­as situações que os afligem, como ajustes de contas”, lembrou.

Balanço do mês de Agosto último regista a detenção de 35 cidadãos nacionais indiciados por crimes de ofensas corporais voluntário­s, roubos, furtos e tentativa de homicídio

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