Feiras transfronteiriças desenvolvem economias
Angola deve criar feiras transfronteiriças não só com a RDC, mas com outros países vizinhos, como a Namíbia, República do Congo e com a Zâmbia, com vista a captar mais divisas para a economia nacional.
A opinião é do presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino, para quem a responsabilidade do controlo na fronteira de Angola junto à República Democrática do Congo (RDC) é de ambos os países. Com a criação de feiras, sublinhou, os empresários e os respectivos países saem a ganhar.
Questionado sobre o facto de as autoridades congolesas proibirem a importação de vários bens de consumo por um período de seis meses na região ocidental da República Democrática do Congo, para combater o contrabando e proteger a indústria local, José Severino disse que a RDC tentou abordar o tema com Angola e os países vizinhos. Com o silêncio de Angola, a RDC tomou medidas preventivas e suspendeu as trocas comerciais na sua fronteira.
José Severino salientou a importância de ambas as partes dividirem a responsabilidade, e que a suspensão por seis meses é sinal de que as relações vão continuar, mas com mais controlo. Tornada pública a 28 de Agosto pela AFP, que cita o ministro do Comércio da RDC, Jean Lucien Busa, a medida da RDC proibir a importação de cimento, açúcar, cerveja e refrigerantes, a partir de Angola, para “pôr fim à fraude e ao contrabando.”
A medida visou também proteger a indústria local do risco de ser absorvida por comerciantes que cobram preços abaixo dos custos de produção, rejeitando a tese de o país estar a adoptar o proteccionismo. Na região do sudeste da RDC, na fronteira com Angola, existe um mercado próspero, que atrai pequenos comerciantes que compram a preços “extremamente baixos”.