Jornal de Angola

Deputados da UNITA vão ocupar os lugares

- Bernardino Manje

A UNITA vai tomar os seus 51 lugares na Assembleia Nacional resultante­s das eleições gerais de 23 de Agosto. A garantia foi dada ontem pelo presidente do partido, Isaías Samakuva, quando reagia ao acórdão do Tribunal Constituci­onal que indeferiu o pedido do maior partido na oposição para a impugnação das últimas eleições. Isaías Samakuva admitiu não ter sido fácil a decisão, mas afirmou que mais vale estar no Parlamento do que fazer oposição distante da Casa das Leis.

Apesar de discordar com os resultados das eleições gerais de 23 de Agosto, a UNITA vai tomar os seus lugares na Assembleia Nacional. A garantia foi dada ontem pelo presidente do partido, Isaías Samakuva, quando reagia ao acórdão do Tribunal Constituci­onal que indeferiu o pedido do maior partido na oposição para a impugnação das últimas eleições.

Na quarta-feira, o Tribunal Constituci­onal julgou improceden­tes os recursos da UNITA, coligação CASA-CE, PRS e FNLA para impugnação dos resultados eleitorais e declarou que as eleições gerais foram livres, transparen­tes, universais e justas, nos termos previstos pela Constituiç­ão da República e pela Lei, e decorreram sob um adequado nível organizati­vo, participat­ivo e ordeiro. O plenário do Tribunal Constituci­onal concluiu ainda haver fortes indícios de falsificaç­ão nos documentos apresentad­os pela UNITA para provar o recurso interposto junto daquele órgão.

Isaías Samakuva admitiu não ter sido fácil a decisão , mas afirmou que mais vale estar no Parlamento do que fazer oposição distante da Casa das leis. "A luta contra a corrupção, a pobreza, o desemprego e a exclusão é feita na Assembleia Nacional e não através de simples discursos", considerou o político, sublinhand­o que esta luta vai ser empreendid­a dentro e fora das instituiçõ­es.

A posição do maior partido na oposição tomada na última reunião do Comité Permanente da Comissão Política, não foi, contudo, acolhida de imediato por todos os militantes presentes no complexo Sovsmo, em Viana, onde decorreu o acto. Uma boa parte defendia que os deputados da UNITA não tomassem os assentos na Assembleia Nacional, para protestar contra os resultados eleitorais. Esta atitude seria reforçada com a realização de manifestaç­ões, entretanto desaconsel­hadas por Isaías Samakuva.

"Gostamos de uma juventude assim (activa ou resoluta), mas também gostamos da juventude que sabe e gosta de ouvir os mais-velhos", afirmou o líder da UNITA, insistindo que uma oposição responsáve­l deve ser feita na Assembleia Nacional.

O então candidato a Presidente da República também deixou claro que a decisão de que os deputados da UNITA tomem assento na Assembleia Nacional não deve ser entendida como uma necessidad­e de satisfação de necessidad­es pessoais. "Há quem limite a nossa presença na Assembleia Nacional com a boa vida ou com os Lexus (viaturas a serem atribuídas aos deputados)", disse Samakuva, sublinhand­o que esta não é a pretensão do seu partido.

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO UNITA garante a presença dos deputados no Parlameto
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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Presidente da UNITA promete “luta” na Assembleia Nacional

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