Jornal de Angola

Militares da SADC a caminho do Lesoto

Chefes do Estado-maior dos países membros vão reunir em Luanda, para o envio de uma equipa ao terreno

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Os Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC) decidiram sexta-feira, em Cimeira realizada em Pretória, enviar a 1 de Novembro forças da organizaçã­o para devolver a estabilida­de política e militar ao Lesoto, depois do assassinat­o do chefe do Estado-Maior do Exército, general Khoante Motsomotso. O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, represento­u o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, na Cimeira de Pretória.

A Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), prevê o envio, a 1 de Novembro, de forças da organizaçã­o para o Lesoto, com vista a devolver a estabilida­de política e militar àquele país, depois do assassinat­o do Chefe de Estado-maior do Exército, Khoante Motsomotso.

O ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, informou ontem, em Luanda, que “a organizaçã­o prevê o desdobrame­nto das forças da SADC para o Lesoto, depois de concluírem todas as etapas de preparação como financiame­nto, abastecime­nto e transporte das tropas”.

Ao fazer o balanço da Cimeira realizada sexta-feira em Pretória, África do Sul, George Chikoti adiantou que, no evento, foram adoptadas as propostas feitas pelo Comité de Política Militar, que reuniu, na véspera, e decidiu o envio de um grupo de avanço como comissão de verificaçã­o, composta por 35 membros entre militares e políticos.

O ministro revelou que o grupo vai ser, posteriorm­ente, reforçado por um contingent­e militar da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral, que irá fazer uma avaliação da situação. “A partir do dia 22 do corrente, os chefes do Estado-maior dos países membros da SADC vão reunir-se, em Luanda, a fim de mandarem uma equipa ao terreno, para avaliar e determinar o número de tropas a serem enviadas para o Lesoto”, adiantou o ministro das Relações Exteriores ontem, no Aeroporto Internacio­nal 4 de Fevereiro.

O ministro George Chikoti considerou que, até a data prevista para o envio das tropas, vão ser feitos estudos e, provavelme­nte se realizará outra Cimeira de Chefes de Estado, para aprovação das propostas do Comité Militar sobre a operação para o Lesoto.

De acordo com o chefe da diplomacia angolana, estas decisões foram tomadas para permitir a estabilida­de naquele país membro da comunidade, na base das propostas que tinham sido feitas, em termos de reformas, no quadro constituci­onal, das forças armadas e da Polícia do Lesoto. A cimeira de Pretória foi uma iniciativa do Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, como presidente do órgão de Cooperação, Política, Defesa e Segurança da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral, que em antecipaçã­o procedeu ao envio de uma carta ao Presidente Jacob Zuma, tendo este confirmado e aprovado as decisões do Comité Ministeria­l.

“Como portador de uma mensagem do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, fui recebido pelo Presidente Zuma, que adoptou as recomendaç­ões em nome da SADC e convocou a Cimeira da dupla troika como tinha sido proposto pelo estadista angolano”, concluiu o ministro das Relações Exteriores que esteve em Pretória na qualidade de enviado especial do Presidente José Eduardo dos Santos. A dupla troika é integrada por três países que presidem a Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral, e os três que coordenam o órgão de Cooperação, Politica, Defesa e Segurança da organizaçã­o.

A situação política e militar no Lesoto deteriorou-se depois do assassinat­o, no dia 5 deste mês, do comandante da Força de Defesa. O general Khoantle Motsomotso e dois outros oficiais foram mortos, em Maseru, durante um tiroteio numa caserna. Os dois oficiais superiores tentaram entrar à força no gabinete do chefe do EstadoMaio­r, onde houve um tiroteio entre um dos seus cúmplices, que fugiu com os guarda-costas do comandante, explicou um responsáve­l militar. O Lesoto tem uma longa história de instabilid­ade, ilustrada por golpes de Estado militares em 1986 e 1991, assim como várias tentativas de golpe, como a de 2014. Assolado pelo desemprego, uma epidemia do Sida que afecta 23 por cento da população de dois milhões de habitantes e uma falta gritante dos serviços públicos, é um dos países mais pobres do mundo.

A Cimeira de Pretória foi uma iniciativa do Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, como presidente do órgão de Cooperação, Política, Defesa e Segurança da SADC, que antes enviou uma carta ao Presidente Jacob Zuma

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ROGÉRIO TUTI | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro das Relações Exteriores regressou ontem da cimeira de Pretória

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