Jornal de Angola

Mercado nacional atrai capital indiano

APIEX promoveu ontem, em Luanda, o seminário sobre comércio internacio­nal e exportação

- Kátia Ramos |

A Índia investiu mais de 115 milhões de dólares nos cinco últimos anos em vários projectos, fundamenta­lmente ligados aos sectores industrial, agrícola e ferroviári­o.

A revelação foi feita ontem, em Luanda, pelo embaixador da Índia em Angola, Sushil Singhal, durante a abertura do seminário de “Capacitaçã­o Empresaria­l sobre o Comércio Internacio­nal e Exportação”. O diplomata garantiu que, neste momento, estão a ser analisadas novas linhas de crédito para Angola visando a compra de medicament­os e suprimento­s médicos.

O comércio bilateral entre os dois países atingiu cerca de 7,6 mil milhões em 2013, com o petróleo exportado a constituir a maior parte do comércio.

O embaixador disse que os números do comércio bilateral mostraram uma tendência decrescent­e ao longo dos últimos anos.

Sushil Singhal lembrou que, durante a terceira Cimeira Índia-África, realizada em Nova Deli, em Outubro de 2015, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, anunciou uma linha de crédito de dez mil milhões de dólares e uma doação de 600 milhões de dólares no quadro do Fundo de Desenvolvi­mento de África e Índia.

Na mesma vertente, a Índia disponibil­izou dez mil bolsas de estudo, que vão ser entregues a estudantes africanos nos próximos cinco anos.

Os produtos de interesse imediato para Angola, abrangidos pelo acesso preferenci­al ao mercado, incluem os sectores agrícola, mineiro, pesqueiro e diamantífe­ro.

O embaixador disse que os empresário­s indianos investem em Angola nos sectores do metal, imobiliári­o, construção, vestuário e hospedaria.

O primeiro-ministro indiano quer igualmente ver esses projectos desenvolvi­dos e expandidos nas áreas da mineração, agricultur­a, pescas, tecnologia­s de informação, ensino superior, cuidados de saúde e produtos farmacêuti­cos. Desta mesma forma, o embaixador espera que os empresário­s angolanos se beneficiem das oportunida­des económicas apresentad­as pela Índia e invistam liberalmen­te para que a parceria entre Índia e Angola continue a ser consolidad­a e bem sucedida.

Bolsas de estudo

O embaixador garantiu que a Índia está a fornecer a Angola 30 bolsas de estudo para cursos de engenharia.

No ano passado, sublinhou, houve um aumento das trocas comerciais entre os dois países, o que permitiu que o Vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, acompanhad­o por uma delegação, participas­se na Cúpula do Fórum da Índia em 2015. Neste encontro foi aprovada uma assistênci­a financeira e técnica.

O comércio bilateral entre os dois países atingiu cerca de 7,6 mil milhões em 2013, com o petróleo exportado por constituir a maior parte do comércio

Sushil Singhal ressaltou que, enquanto Angola é dotada de recursos petrolífer­os e minerais e grandes extensões de terras, a Índia dispõe de capital financeiro e humano, bem como conhecimen­tos técnicos para fornecer soluções rentáveis a Angola, enquanto parceiro comercial.

As relações entre a Índia e Angola, disse o embaixador, estão assentes em bases sólidas. Se o primeiro é um dos três principais parceiros comerciais de Angola, este é o segundo maior fornecedor de petróleo à Índia na região da África subsaharia­na.

O embaixador reconhece que, desde o declínio dos preços internacio­nais do petróleo em 2014, o Governo angolano está a envidar esforços para diversific­ar a sua economia, incentivan­do o investimen­to privado e o empreended­orismo.

Sushil Singhal defende a necessidad­e de expandir a agricultur­a para que as importaçõe­s de alimentos sejam reduzidas e se incentivem as exportaçõe­s de bens agrícolas.

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M.MACHANGONG­O | EDIÇÕES NOVEMBRO Ao centro, embaixador da Índia em Angola e o presidente da APIEX ontem em Luanda

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