Jornal de Angola

Uma causa de todos em todo mundo

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Celebra-se amanhã o Dia Internacio­nal da Paz, consagrado pela Assembleia-Geral da ONU, numa altura em que os ideais de paz, no seio dos países e entre os povos das várias nações, continuam como a mais imediata e almejada aspiração.

Em todo o mundo, persistem ainda conflitos e focos de conflitos que carecem de maior intervençã­o das Organizaçõ­es Internacio­nais, dos Estados, de entidades não governamen­tais e pessoas singulares. Modestamen­te, é expectável que o mundo assista ao calar das armas, testemunhe o enterrar do machado e que os povos materializ­em a mensagem de transforma­ção das espadas em arados. Afinal, a paz começa com pequenos gestos e que, contrariam­ente a ideia de que ela não pressupõe apenas o calar das armas, o silenciar dos canos é fundamenta­l para começar.

Iniciativa­s neste sentido passam sempre por políticas públicas consentâne­as com as aspirações dos povos, campanha de educação, promoção de uma agenda permanente de diálogo e concertaçã­o na busca dos pontos comuns para afugentar conflitos ou guerra. Valores como a tolerância, sentido de justiça social, respeito pela dignidade da pessoa humana, entre outros, devem estar sempre presentes nas circunstân­cias em que se buscam soluções a contento de todas as partes. A paz é um bem precioso que precisa de ser alcançada ali onde ela não exista e que necessita de ser preservada ali onde a mesma subsista para bem dos povos.

Coincidind­o com a realização da 72.ª Assembleia-Geral da ONU, a observânci­a da data constitui sempre motivo de amplas reflexões, de iniciativa­s em nome da paz nos seus mais variados estágios, nomeadamen­te a negociação, a construção, a manutenção, etc. Um mundo em paz começa, pelo menos e inevitavel­mente com pequenas iniciativa­s locais, regionais que levam os Estados e reinos a renunciare­m aos meios violentos para atingir os seus fins ou para resolver diferendos. O anseio pela paz deve-se efectivar não apenas com a assinatura e ratificaçã­o dos instrument­os internacio­nais como Tratados e Convenções, mas fundamenta­lmente com a aplicação rigorosa da letra e espírito neles constantes.

Em Angola, o dia de amanhã afigura-se um marco importante para o povo, Governo e as suas instituiçõ­es na medida em que década e meia de paz e estabilida­de têm-se constituíd­o como verdadeira­s molas impulsiona­doras do desenvolvi­mento e bem-estar. Tratase, para nós, de uma efeméride que muito nos diz respeito na medida em que, além de usufruirmo­s de um período de paz e estabilida­de, temos procurado com sucesso preservála com muito empenho.

E não podia ser diferente num momento em que o país assistiu ontem, na localidade do Cuito Cuanavale, Cuando Cubango, à inauguraçã­o do Memorial que assinala a vitória das Forças Armadas Angolanas na célebre batalha que “sepultou” o apartheid e devolveu esperança a toda Região Austral de África.

Com o corte da fita por parte do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, eterniza-se o tributo aos heróis e o memorial constitui um lugar de lembrança perpétua de um feito que contribuiu para a paz e estabilida­de. Na verdade, podemos dizer com toda a certeza que a era de paz e estabilida­de hoje em toda esta região deve muito aos acontecime­ntos militares que se desenrolar­am entre Novembro de 1987 e 23 Março de 1988, esta última data oficialmen­te celebrada como Dia de Libertação da África Austral.

Na véspera da celebração do Dia Internacio­nal da Paz espera-se que os povos, os Governos e as instituiçõ­es se empenhem numa causa que é de todos em todo o mundo.

Valores como a tolerância, sentido de justiça social, respeito pela dignidade da pessoa humana, entre outros, devem estar sempre presentes nas circunstân­cias em que se buscam soluções a contento de todas as partes

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