EUA acusam a China de ameaçar comércio
O representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, considerou a China uma ameaça “sem precedentes” para o sistema de comércio mundial, numa altura em que o sistema económico estatal do país asiático é um desafio “substancialmente mais difícil” do que no passado.
“A grande escala do esforço coordenado para desenvolver a sua economia, subsidiar, criar campeões nacionais, forçar transferências de tecnologia e distorcer mercados na China e em todo o mundo é uma ameaça para o sistema de comércio mundial sem precedentes”, disse Robert Lighthizer no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, um grupo de reflexão sediado em Washington.
Robert Lighthizer, numa das suas primeiras aparições públicas fora do Capitólio, colocou a China no centro da preocupação do governo do presidente Donald Trump de que o sistema comercial global não está a servir bem os trabalhadores e os agricultores norte-americanos.
O foco em Pequim ecoa a mensagem da campanha de Trump em 2016 e ilustra a ênfase da sua administração nos défices comerciais.
A China enviou 347 mil milhões de dólares em bens a mais para os EUA do que os EUA exportaram para a China em 2016.
O representante comercial mencionou apenas o Governo de Pequim pelo nome nas suas declarações preparadas e não se referiu no discurso à renegociação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) que envolve o México e o Canadá.
“Estamos a move-nos à velocidade da correnteza, mas não sabemos se estamos a chegar a uma conclusão”, afirmou, em resposta a uma pergunta sobre o Nafta.
Robert Lighthizer expressou optimismo de que as negociações comerciais com o Reino Unido vão ser bemsucedidas. O Governo Trump pressionou fortemente o México e o Canadá, que não acolheram algumas ideias americanas do Nafta.