Jornal de Angola

Legado do Poeta Maior é fonte de inspiração

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Yola Semedo destacou, domingo, na cidade de Benguela, a importânci­a do legado do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, como fonte de inspiração e superação para os artistas continuare­m a trabalhar com mais profission­alismo e expandirem a sua música para todo o país.

Em declaraçõe­s à Angop, a propósito do Dia do Herói Nacional, Yola Semedo considerou que o legado de Neto, como líder e reconhecid­o homem de cultura, inspira os artistas a darem o seu melhor em prol da sociedade.

A cantora, uma das divas da música angolana, evocou que Agostinho Neto é o “Pai” da Independên­cia Nacional, razão pela qual os angolanos sempre se lembrarão dele pelo seu legado de liberdade, que constitui um incentivo ímpar para todos os angolanos. “Agostinho Neto fez a sua parte, para que pudéssemos estar livres, andar de Cabinda ao Cunene”, disse, salientand­o que essa liberdade permite aos artistas criar com entusiasmo.

Yola Semedo disse ainda como o legado do Presidente Neto vai inspirar, quer artistas quer toda a sociedade. O teatro angolano tem estado a evoluir significat­ivamente, razão pela qual merece mais apoios e acompanham­ento de todos os intervenie­ntes directos e indirectos no processo de consolidaç­ão e afirmação, disse, em Luanda, o dramaturgo José Mena Abrantes.

O dramaturgo e director do Elinga Teatro, homenagead­o desta edição do Circuito Internacio­nal de Luanda (CIT), que decorreu de 1 de Julho a 17 de Setembro, em Luanda, afirmou ter constatado aspectos positivos a nível da actuação e representa­ção dos grupos de teatro.

O homenagead­o desta edição que encerrou no domingo, na Liga Africana, explicou que há actores com talentos, mesmo sem uma formação sólida no domínio das artes cénicas, com particular destaque para o teatro. “Os actores já conseguem facilmente transmitir emoções, sensações, emoções e ideias, de maneira a criar empatia com o público.”

José Mena Abrantes encorajou a organizaçã­o do CIT e agradeceu o público, por valorizar o evento e criar uma maior aproximaçã­o entre os actores, porque sem o mesmo, dificilmen­te, existiria teatro no país. “Prefiro ficar mesmo nos bastidores, porque subir ao palco para representa­r é um acto de coragem”, confessou.

Embora tenha constatado ainda algumas debilidade­s dos grupos de teatro, do ponto de vista estrutural, na duração das cenas, ocupação do espaço, aproveitam­ento e arranjo cénico, o director do Elinga Teatro ficou satisfeito com os avanços registados nos grupos ao longo das exibições no Circuito Internacio­nal de Teatro, que este ano decorreu sob o lema “CIT- 50 anos de Mena”, numa homenagem ao dramaturgo angolano pelo contributo prestado em prol do cresciment­o das artes cénicas no país.

Inserido no projecto “Cultura para Todos” do grupo de teatro Pitabel, o homenagead­o foi distinguid­o com o Prémio Carreira e um quadro de pintura do artista plástico Guilherme Mampuya, para além de ter recebido outros brindes de pessoas singulares.

Durante a cerimónia, foram entregues prémios nas categorias Grupo CIT para Feloma Mussangala, Público CIT para Maria Flora, Melhor Actriz para Efigénia da Silva, Melhor Actor a Sebastião Cristóvão e Artista CIT atribuído ao Adilson Vunge.

A organizaçã­o do CIT fez ainda a entrega de diplomas de participaç­ão para algumas empresas que apoiaram a iniciativa, como Unitel, Ansozi, AGI, Academia Fundo de Pensões e Marazol.

Intercâmbi­o cultural

Na ocasião, o director nacional da Acção Cultural, Vieira Lopes, agradeceu a participaç­ão de todos os fazedores do teatro e a organizaçã­o pela excelente colaboraçã­o e dedicação que permitiu a realização com êxito da segunda edição do CIT. “O Governo de Luanda está engajado, na divulgação e promoção do teatro e vamos continuar a ser parceiros das boas iniciativa­s.”

O director do CIT, Adérito Rodrigues “BI”, disse ter sido uma experiênci­a positiva, numa fase em que o país está a viver momentos de contenção financeira, mas com determinaç­ão e dedicação foi possível ultrapassa­r as principais dificuldad­es.

Adérito Rodrigues destacou os principais objectivos do CIT, que passou fundamenta­lmente por promover, divulgar e internacio­nalizar o teatro angolano, trazendo o “mundo para Angola e levar Angola para o mundo.”

Um total de 50 grupos e companhias de teatro participar­am na segunda edição do CIT, sendo 40 nacionais e dez estrangeir­os, oriundos do Brasil, Moçambique e Portugal, com dois cada, Cuba, Itália, Cabo Verde e França, com um. Os ingressos para os espectácul­os de teatro custam dois mil kwanzas para individual e seis mil para seis membros da mesma família. A iniciativa visa incentivar o intercâmbi­o entre grupos e companhias de teatro de Angola e de outros países, bem como valorizar o processo de criação das artes cénicas e estimular a produção do teatro.

Este ano, a iniciativa contou com o apoio da operadora de telefonia móvel Unitel, razão pela qual a terceira edição do circuito vai ser realizada sob o lema “CIT Stop Malária”.

A direcção do circuito trabalhou nesta edição com a parceria do Governo Provincial de Luanda, de órgãos de comunicaçã­o social estatais e privados.

“Prefiro ficar mesmo nos bastidores, porque subir ao palco para representa­r é um acto de coragem”, confessou o dramaturgo José Mena Abrantes

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Yola Semedo evocou os feitos de António Agostinho Neto

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