Ocidente subestimou a influência da China
tentam recuperar terreno à China, cuja política externa para África privilegia a parceria económica e que, segundo um relatório da consultora norte-americana Mckinsey & Company, divulgado em Junho deste ano, a sua presença em África foi subestimada. No estudo da consultora, concluído depois de esta ouvir 100 empresários, líderes de Governos africanos e mil gerentes e proprietários de empresas chinesas em oito países africanos, lê-se que 10 mil empresas chinesas operam em África, quatro vezes mais do que em estimativas anteriores e em mais sectores do que se pensava. Segundo o relatório, na última década, o comércio entre a China e África cresceu em média vinte por cento ao ano e o Investimento Directo Estrangeiro cresceu cerca de quarenta por cento ao ano. Quase um quarto dos representantes das mil empresas entrevistados pela consultora disse ter tido um retorno do investimento inicial ao longo do primeiro ano e um terço registou lucros de vinte por cento. O estudo aponta grandes benefícios económicos da actividade chinesa em África, como a criação empregos e o desenvolvimento de competências dos funcionários locais, a transferência de conhecimento e novas tecnologias, e o financiamento e desenvolvimento de infra-estruturas. A corrupção e a insegurança são as grandes preocupações das empresas chinesas. Omid Kassiri, director associado da McKinsey & Company, acredita que o fluxo de negócios entre a China e África deve crescer ainda mais nos próximos anos. “Há espaço significativo para um aumento. Actualmente, há cerca de 180 mil milhões de dólares de receitas [das empresas chinesas] nos negócios feitos no continente africano. Acreditamos que este valor pode crescer para 440 mil milhões em 2025”, afirmou.