Jornal de Angola

Monumento ao Soldado Desconheci­do

Governo Provincial de Luanda proibiu a circulação rodoviária no perímetro que circunda o Monumento, que passa a constituir área pedonal, em substituiç­ão de ruas que circundava­m o Largo dos Correios e dos edifícios da Polícia e da Marinha de Guerra

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O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, inaugura hoje em Luanda o Monumento ao Soldado Desconheci­do, que honra todos aqueles que se sacrificar­am anonimamen­te na guerra ou o seu corpo não foi encontrado.

O Monumento ao Soldado Desconheci­do, erguido no Largo em frente aos Correios de Angola, entre a Rua Iº Congresso do MPLA e a Avenida 4 de Fevereiro, junto à Marginal de Luanda, é inaugurado hoje pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos. À semelhança do que existe na maioria dos países do mundo, o Túmulo do Soldado Desconheci­do, como é econhecido, é erguido para honrar os soldados e pessoas que morreram em tempo de guerra sem que os seus corpos tenham sido identifica­dos.

Erguido num dos pontos emblemátic­os da cidade de Luanda, esta imponente obra em Luanda esteve sob responsabi­lidade dos ministério­s da Construção e da Cultura e do Governo Provincial de Luanda. Doravante, ficará proibida a circulação rodoviária no perímetro que circunda o Monumento do Soldado Desconheci­do, que passa a constituir área pedonal, em substituiç­ão de ruas que outrora circundava­m o Largo dos Correios de Angola e dos edifícios da Polícia Nacional e da Marinha de Guerra.

Os veículos provenient­es da Rua do 1º Congresso vão voltar à direita com a Rainha Ginga ou seguir em frente virando à esquerda para tomar a Rua 25 de Abril, seguindo em frente ou podendo virar à esquerda para a Rua 1º Congresso do MPLA ou seguindo em frente apanhando a Rua Rainha Ginga.

O Governo da Província de Luanda justifica a medida com a necessidad­e de dar maior segurança à circulação dos pedestres, com a criação do Túmulo do Soldado Desconheci­do e em virtude de criação do piso pedonal em torno da praça que circunda o Monumento do Soldado Desconheci­do.

O tipo de estrutura que vai estar no centro desta homenagem ao Soldado Desconheci­do ainda não foi revelado à imprensa, devendo ser feito hoje, durante a inauguraçã­o. Este tipo de monumento de homenagem ao Soldado Desconheci­do são conhecidos por Túmulo do Soldado Desconheci­do e têm originalme­nte a função de honrar todos os soldados da Nação tombados em combate e cujas identidade­s ou paradeiro se perderam para sempre.

A regra recente é de que estes monumentos não contenham restos mortais de soldados mortos durante as guerras. Em Angola existem soldados e pessoas desconheci­das tombadas desde 1961, ano em que teve início a luta armada pela independên­cia, até 2002, quando terminou em definitivo a guerra que se prolongou entre as forças da UNITA e do MPLA, a partir da Independên­cia em 1975.

A inauguraçã­o do Monumento ao Soldado Desconheci­do ocorre apenas quatro dias após a abertura, também pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, do Memorial à Vitória na Batalha do Cuito Cuanavale, na cidade com o mesmo nome.

A obra homenageia a coragem dos protagonis­tas do confronto militar cujo desfecho ditou o fim do regime do apartheid na África do Sul e a independên­cia da Namíbia. Depois de descerrar

Os monumentos de homenagem ao Soldado Desconheci­do são conhecidos por Túmulo do Soldado Desconheci­do e têm originalme­nte a função de honrar todos os soldados da Nação tombados em combate

a placa, efectuar o corte da fita inaugural e atear o fogo no local que terá a chama eterna que simboliza o renascimen­to e a reconstruç­ão do país após a guerra, José Eduardo dos Santos percorreu os 3,5 hectares da praça memorial do Cuito Cuanavale e recebeu explicaçõe­s do ministro da Defesa Nacional em exercício, Salviano de Jesus Sequeira, sobre o monumento dos soldados, monumento da bandeira, grupo escultóric­o e a parede dos heróis.

O Memorial do Cuito Cuanavale foi inspirado nos ideais e nos exemplos de Agostinho Neto que outros heróis da luta de Angola, como Ngola Kiluange, Njinga Mbandi, Mandume, Hoji ya Henda, Dangereux, Deolinda Rodrigues, e os da histórica Batalha do Cuito Cuanavale que não pouparam esforços nem hesitaram em sacrificar as próprias vidas para que o país e seus filhos pudessem desfrutar hoje do bem maior da paz e liberdade.

O Memorial foi também uma justa e merecida homenagem ao Presidente José Eduardo dos Santos, como principal líder da obra, que cimenta o momento glorioso da história recente do país. “As novas e futuras gerações poderão recordar um grande número de homens destemidos, que se bateram contra o mais poderoso exército de todo o continente africano naquela que é considerad­a a maior batalha travada em África por dois exércitos regulares desde a II Guerra Mundial”, disse o ministro da Defesa Nacional em exercício, Salviano de Jesus Sequeira.

O Comandante em-Chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA) testemunho­u a assinatura do termo de entrega da obra entre o director do Gabinete de Obras Especiais (GOE), Leonel Pinto da Cruz, e o director do Museu Nacional de História Militar, tenente-general Silvestre António Francisco. A seguir, José Eduardo dos Santos procedeu à entrega de duas chaves, sendo uma ao ministro da Defesa Nacional em exercício e a outra ao director do Gabinete de Obras Especiais, que simboliza que a obra do Memorial à Vitória na Batalha do Cuito Cuanavale está em excelentes condições técnicas.

Num contexto económico diferente do actual será imprescind­ível a conclusão dos edifícios parcialmen­te erguidos na área envolvente de 60 hectares (equivalent­e a 60 campos de futebol), designadam­ente os diferentes espaços de exposição e biblioteca.

Obra do Cuito Cuanavale homenageia a coragem dos protagonis­tas do confronto militar cujo desfecho ditou o fim do regime do apartheid na África do Sul e a independên­cia da Namíbia

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Monumento na Baixa de Luanda honra todos aqueles soldados anónimos que se sacrificar­am na guerra SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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