Filipe Nyusi anuncia combate à corrupção
Presidente da Frelimo lança desafio perante delegados ao XI congresso do partido que decorre desde ontem
O Presidente moçambicano e da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Filipe Jacinto Nyusi, elegeu ontem o combate à corrupção como o principal desafio do partido e do país.
“Temos de reforçar o combate sem tréguas à corrupção que corrói as instituições. Não pode existir qualquer dúvida: o combate à corrupção é o mais urgente e vital de todos os desafios”, referiu o presidente da Frelimo.
Filipe Nyusi falava no discurso de abertura do XI congresso da Frelimo em que defendeu que a luta deve começar no seio dos militantes para se alcançar “tolerância zero” para actos corruptos, “em qualquer posição ou qualquer circunstância”, dos órgãos locais aos centrais do partido e do Estado. “Este congresso tem que afirmar que esses abusos não podem ficar impunes, não pode haver tolerância para ilegalidades”, sublinhou. “A Frelimo não pode permitir que se fechem os olhos a estes abusos para que o nosso próprio prestígio não seja posto em causa”, acrescentou. A luta contra a corrupção é destacada numa altura em que Moçambique tenta resolver um dos maiores escândalos financeiros da sua história. O país tenta descobrir para onde foram dois mil milhões de euros de dívida oculta contraída pelo Governo de Armando Guebuza entre 2013 e 2014, à revelia do parlamento e parceiros internacionais.
O rombo nas contas públicas e na credibilidade do Estado perante credores internacionais afundou o país numa crise de que ainda tenta sair.
A Procuradoria Geral da República recebeu uma auditoria que aponta para o facto de as empresas estatais que contraíram a dívida terem servido de fachada para receberem empréstimos, entre outras ilegalidades, indiciando diversas pessoas e entidades, mas sem revelar nomes nem qualquer diligência subsequente. O XI congresso da Frelimo junta cerca de 4.000 pessoas oriundas das 11 províncias de Moçambique e antecede as eleições autárquicas de 10 de Outubro do próximo ano, bem como as gerais de 2019, ainda sem data marcada.
“Temos de reforçar o combate à corrupção que corrói as instituições. Não pode existir qualquer dúvida. O combate à corrupção é o mais urgente e vital de todos os desafios”