Malária resistente preocupa os cientistas
Uma forma de ”super-malária” resistente à principal linha de tratamento disponível actualmente contra a doença está a disseminarse rapidamente pelo sudeste asiático e a preocupar os especialistas.
Segundo um novo artigo publicado no periódico científico “The Lancet Infectious Diseases”, essa resistência teria sido originada pelo factores de os pacientes não tomarem os medicamentos de forma adequada até ao fim do tratamento, políticas inadequadas de tratamento em algumas regiões e uma ampla disponibilidade de medicamentos sem receita, incluindo versões baratas e de qualidade inferior.
A malária é uma doença causada pela infecção dos glóbulos vermelhos humanos por quatro espécies do parasita unicelular plasmodium, nomeadamente plasmodium vivax, plasmodium ovale, plasmodium malarie e plasmodium falciparum.
A “super-malária” resistente aos medicamentos artesunato e piperaquina – principal linha de tratamento contra a infecção – é resultado de uma mutação no plasmodium falciparum e já foi identificada em cinco países: Cambodja, Laos, Tailândia, Vietname e Mianmar. De acordo com o artigo, assinado por especialistas em Medicina Tropical da Universidade Mahidol, na Tailândia, o tratamento não funcionou em quase um terço dos casos no Vietname e cerca de 60 por cento no Cambodja, onde foi registada a primeira ocorrência. Esse tratamento tem como principal objectivo reduzir a carga parasitária em pacientes infectados, possibilitando que os outros medicamentos façam efeito. No entanto, o facto de um dos parasitas se ter tornado resistente a eles pode influenciar muito a contenção da disseminação da doença.
Esses dados são alarmantes diante da possibilidade de essa versão resistente chegar ao continente africano.