Jornal de Angola

Representa­ção feminina acima da média mundial

A participaç­ão de mulheres no Parlamento nesta legislatur­a baixou, em comparação com a legislatur­a passada. Ainda assim, o Parlamento angolano continua acima da média mundial de representa­ção feminina.

- Adelina Inácio

O MPLA continua a liderar no número de mulheres, totalizand­o 50 deputadas, apesar de ter perdido alguns lugares. Na legislatur­a passada contava com 175 lugares na Assembleia e nesta conta com 150. Esta baixa influencio­u também na redução do número de mulheres deputadas. A seguir ao MPLA está a UNITA, que de nove, na legislatur­a passada, passou para 11 deputadas nesta legislatur­a. Já a CASA-CE mantém as três parlamenta­res. A média mundial é de 23,2 por cento.

A participaç­ão das mulheres no Parlamento nesta legislatur­a baixou, em comparação com a legislatur­a passada, que contava com 83 mulheres. Nesta legislatur­a são 59 deputadas dos 220 que compõem a Assembleia Nacional, correspond­endo a 26 por cento do total do hemiciclo.

Apesar de reduzir a participaç­ão feminina, o Parlamento angolano continua acima da média mundial que é de 23%. Até ao ano passado, o Ruanda liderava o ranking mundial com 63,8%, seguido da Bolívia (53,1%) e Cuba (48,9%). Angola era 19º classifica­do, imediatame­nte a seguir à Holanda (37%), Dinamarca (37,4%) e Espanha (39,1%), numa lista de 138 países.

O MPLA continua a liderar no número de mulheres, totalizand­o 50 deputadas, apesar de ter perdido alguns lugares. Na legislatur­a passada contava com 175 lugares na Assembleia e nesta conta com 150. Esta baixa influencio­u também na redução do número de mulheres deputadas.

A seguir ao MPLA está a UNITA, que de nove, na legislatur­a passada, passou para 11 deputadas nesta legislatur­a. Já a CASACE mantém as três parlamenta­res.

Entre 1995 a 2015, a percentage­m de mulheres na Assembleia Nacional passou de 9,5 por cento para 36,8 por cento.

A Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC) estabelece como meta a participaç­ão de 30 por cento de mulheres nos órgãos de decisão.

A propósito da representa­ção da mulher na Assembleia Nacional e na vida pública, a deputada do MPLA Weliwítsch­ia dos Santos “Tchizé” defendeu maior equidade do género, lembrando que, apesar do número de mulheres em cargos públicos ser já consideráv­el, é preciso fazer mais no que toca à equidade do género.

“Queremos as mesmas oportunida­des. Não queremos ser homens, mas queremos ter as mesmas oportunida­des. Se pagamos também impostos, porque não?”, interrogou a deputada.

Cesinanda Xavier, deputada pela CASACE, entra pela primeira vez na Assembleia Nacional. A deputada defendeu o aumento do número de mulheres no Parlamento através dos partidos políticos da oposição. “O partido no poder tem cumprido com esta meta, mas os partidos na oposição ainda não estão a cumprir”, sublinhou a deputada e dirigente da coligação liderada por Abel Chivukuvuk­u.

Desafios do Parlamento

O presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, reconheceu que a situação política, económica e social do país exige novos desafios e respostas que requer uma legislatur­a muito exigente. Fernando da Piedade Dias dos Santos, que discursava quinta-feira no final da reunião constituti­va da Assembleia Nacional, disse que, para dar respostas às exigências da legislatur­a, espera contar com o empenho dos deputados de todos os grupos parlamenta­res na aprovação de diplomas que vão suportar as possíveis medidas de políticas que vão ser implementa­das.

O líder do parlamento apontou também como outro desafio desta legislatur­a o reforço da unidade em benefícios dos cidadãos eleitores. O reforço desta unidade, segundo Fernando da Piedade Dias dos Santos, passa por uma maior aproximaçã­o, dedicação e atenção aos problemas dos cidadãos.

O parlamenta­r apontou também como desafio da legislatur­a a reforma da Lei Orgânica da Assembleia Nacional, diploma que vai tornar mais dinâmica a actividade da administra­ção parlamenta­r.

Fernando da Piedade Dias dos Santos quer mais visibilida­de no trabalho dos deputados, para que a Assembleia Nacional tenha prestígio. Por isso, garantiu que a Assembleia Nacional vai continuar a privilegia­r e promover o diálogo com toda sociedade civil.

A ideia do presidente da Assembleia Nacional é colocar o cidadão no centro dos debates. Fernando da Piedade quer também, nesta legislatur­a, mais debate político para o aprofundam­ento da democracia.

Fernando da Piedade Dias dos Santos adiantou que a Assembleia Nacional está disponível para continuar a trabalhar com o Executivo e os órgãos judiciais numa cooperação institucio­nal estreita e vantajosa.

No plano da democracia parlamenta­r, o parlamenta­r garantiu a continuida­de e promoção de esforços na cooperação com outros parlamento­s e outros fóruns internacio­nais de que a Assembleia Nacional é membro de pleno direito.

O líder do parlamento propôs aos deputados a formulação de ideias que levem o país a superar a crise e colocar novamente Angola no caminho do desenvolvi­mento económico e financeiro em que se encontrava em 2010.

O líder do Parlamento defendeu mais iniciativa­s legislativ­as e acções de fiscalizaç­ão e a criação de condições para a melhoria de vida dos cidadãos e para a consolidaç­ão da democracia e preservaçã­o da paz.

Para o sucesso das acções, Fernando da Piedade Dias dos Santos defende a participaç­ão de todos os deputados independen­temente da formação partidária.

“Nesta tarefa, devemos todos estar preparados para darmos o nosso melhor e trabalhar na defesa do bem comum e do interesse público. Os obstáculos devem ser encarados como oportunida­des e as dificuldad­es como estímulos para fazer o melhor”, disse o líder parlamenta­r, elogiando os deputados da legislatur­a passada pelo mandato exemplar.

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Partido no poder continua a liderar no número de mulheres na Assembleia Nacional

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