Universidade Agostinho Neto adopta regras de fim de curso
A Universidade Agostinho Neto vai obrigar os estudantes a apresentarem trabalhos de fim de curso, no quadro do processo para melhorar a qualidade dos graduados.
O vice-reitor para Investigação Científica e Pós-graduação da Universidade Agostinho Neto, Pedro Magalhães, reconheceu, quintafeira, em Luanda, que é preocupante o número de estudantes que terminam o ensino superior sem efectuar o trabalho de fim de curso.
Em declarações ao Jornal de Angola, à margem da conferência científica da UAN, que termina ontem, Pedro Magalhães revelou que, para acabar com esta situação, a instituição fez uma revisão nas normas e técnicas de redacção e apresentação de trabalhos de fim dos cursos de licenciatura, bem como de dissertação de mestrado e doutoramento.
Pedro Magalhães garantiu que, no âmbito da reforma do curso de Direito, os estudantes finalistas vão, tal como nas diferentes unidades orgânicas da UAN, realizar trabalhos de fim de curso.
A reforma dos cursos da Universidade Agostinho Neto vai incluir, mais cedo, a disciplina de Metodologia de Investigação Científica para os estudantes ganharem habilidades na recolha e tratamento de dados científicos.
Missão dinamizada
Pedro Magalhães afirmou que a conferência científica da Universidade Agostinho Neto representa uma oportunidade de a instituição dinamizar a sua missão, tratando-se de um espaço de ensino, de boas práticas, de transmissão da cultura e da investigação.
O fórum, disse, é o momento oportuno para reunir todo o produto de investigação dos docentes e estudantes, para ser partilhado e criar debates entre investigadores e a sociedade.
“Quando se quer desenvolvimento, é necessário que a academia esteja sempre próxima da sociedade”, afirmou. Pedro Magalhães acrescentou que se deve traduzir a ansiedade da sociedade em projectos que dão solução aos problemas.
Nesta conferência, a Universidade Agostinho Neto reuniu as nove unidades orgânicas, para criar oportunidade de interacção e cada uma dar a conhecer o seu produto científico.
Além de racionalizar recursos, as dissertações estão disponíveis para o público no sítio da conferência e da universidade. Uma brochura está publicada com todas as dissertações resumidas.
Por outro lado, os melhores trabalhos vão ser seleccionados e publicados na revista científica da Universidade Agostinho Neto. Ainda em relação à investigação científica na universidade, Pedro Magalhães reconheceu haver muito trabalho por fazer, porque o volume de publicação não é o desejável.
“O que alegra é o facto de, nos últimos cinco anos, termos registado um aumento, tanto na quantidade como na qualidade de pesquisas científicas.”
Troca de experiências
“A investigação não deve ser escondida em gaveta, aliás tudo que é investigação deve ser publicado e isto atrai eventuais parceiros”, disse.
A conferência, que se realiza de dois em dois anos, conta com a presença de representantes das universidades nacionais e estrangeiras, como de Portugal, Brasil, Moçambique e Cabo Verde. Sob o lema “Investigar para o desenvolvimento de Angola: situação actual e desafios”, o fórum foi dividido em quatro painéis, nomeadamente de ciências sociais, humanidades e artes, de ciências da natureza, engenharia e tecnologia, de ciências de saúde e médicas e de ciências agrárias e veterinárias.
A conferência científica, aberta na quarta-feira e decorrida numa unidade hoteleira, foi realizada com o objectivo de divulgar resultados de investigação científica e tecnológica, promover contactos, trocar experiências entre investigadores e incentivar os participantes à prática de investigação científica para a resolução de problemas sociais no país.
A UAN vai incluir a disciplina de Metodologia de Investigação Científica para os estudantes ganharem conhecimentos na recolha e tratamento de dados científicos