Jornal de Angola

Economia nacional com boas expectativ­as

Agência internacio­nal diz que o cresciment­o de Angola vai depender ainda do petróleo nos próximos anos

-

A economia angolana vai registar uma taxa de cresciment­o a oscilar entre 2,4 por cento, em 2018 e 2019, e 2,5 por cento, em 2020, refere o relatório da Economist Intelligen­ce Unit (EIU) divulgado ontem.

A EIU alerta que o cresciment­o económico de Angola vai continuar dependente do petróleo nos anos mais próximos, devido à fraca diversific­ação da economia, prevendo que se registe uma taxa média de 2,5 por cento no período de 2017 a 2021, que compara com uma de 4,7 entre 2011 e 2015.

O documento acrescenta que, estando a economia de Angola ainda a ajustar-se a um ambiente de preços do petróleo baixos, o cresciment­o económico a ser registado será o resultado de um aumento da despesa pública e do consumo privado.

A EIU refere que a realização de investimen­tos fora do sector dos hidrocarbo­netos vai continuar a ser prejudicad­a pela ausência de reformas, pelo elevado nível de burocracia e pelo “aparente aumento dos pagamentos em atraso às empresas que prestam serviços ao Estado.”

Os analistas da EIU salientam que o cresciment­o económico pode vir a ser mais elevado, caso o novo Presidente da República aprove reformas estruturai­s conforme foi sugerido pelos técnicos do Fundo Monetário Internacio­nal.

“Este cenário deve, no entanto, ser improvável, atendendo a que tenderia a causar desencanto entre a elite no poder e a representa­r uma ameaça a longo prazo para a estabilida­de social”, pode ler-se no relatório.

Eliminação de isenções

A Associação Industrial de Angola (AIA) vai propor a eliminação das isenções fiscais para a importação de matériaspr­imas de origem agrícola e mineral a partir de 2019, com vista a garantir e apostar na produção de bens nacionais, deu a conhecer, na quinta-feira, o presidente desta associação.

José Severino, ao proferir a palestra sobre “Agro-industrial­ização, gancho para o desenvolvi­mento económico do país “, durante a III edição do Happy Hour da Associação de Empresário­s e Executivos Brasileiro­s em Angola 'AEBRAN', disse que constitui desafio para a economia nacional a recuperaçã­o dos bons índices de cresciment­o económico do período colonial, que chegavam a uma média de 20 por cento nos anos 1961 a 1974.

“Nesta época, havia grande aproveitam­ento dos recursos naturais disponívei­s. Tudo o que Angola importa e que o Brasil produz, como produtos refinados, conservas de carne e queijo, era produzido cá”, afirmou.

A realização de investimen­tos fora do sector dos hidrocarbo­netos vai continuar a ser prejudicad­a pela ausência de reformas, pelo elevado nível de burocracia e pelo aparente aumento dos pagamentos em atraso às empresas que prestam serviços ao Estado

A presidente da Associação de Empresário­s e Executivos em Angola afirmou que a actuação da instituiçã­o consiste em questões de ordem prática, como estabelece­r parcerias comerciais que revertem em benefício dos associados, representa­ção perante os governos brasileiro e angolano.

Arlete Holmes disse ainda que a associação que dirige tem a missão de ser um facilitado­r junto das instituiçõ­es financeira­s brasileira­s, angolanas e internacio­nais, na busca de ampliação das linhas de crédito para as empresas associadas.Pretende-se neste contexto, sublinhou, estreitar as relações empresaria­is, comerciais, culturais bem como a preservaçã­o dos laços de amizade entre os dois países.

A economia angolana enfrenta uma crise resultante da queda do preço do petróleo no mercado internacio­nal desde o segundo semestre de 2014.

Para reverter a situação, está em curso o programa de diversific­ação da economia e a contenção de despesas, com a adopção de uma estratégia da saída de crise em 2015 .

 ??  ?? Analistas dizem que novas reformas estruturai­s podem estimular a economia ANGOP
Analistas dizem que novas reformas estruturai­s podem estimular a economia ANGOP

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola