Praga arrasa produção de hortaliças em Kakila
Centenas de toneladas de cultura de tomate deterioram-se desde o mês de Maio último, na zona de Kakila, comuna de Calumbo, na província de Luanda, devido à praga tuta que afecta os campos agrícolas da circunscrição.
A informação foi avançada ontem à Angop, naquela localidade do município de Viana, pelo maior produtor da região João Carlos, que falava em nome dos agricultores de Kakila que tem prejuízos avultados decorrentes da praga.
Para o produtor agrícola João Carlos, que explora uma área de 132 hectares, onde produz tomate, cebola e repolho, a presente época agrícola visava atingir 60 hectares de cultivo de tomate, mas devido à praga só foi possível produzir em 35.
De acordo com uma pesquisa por si desenvolvida, enquanto agrónomo, e a análise encomendada a um laboratório em Portugal, a região está a ser assolada pela praga tuta absoluta. Um insecto começa por atacar as folhas e depois perfura o tomate.
João Carlos disse que a praga foi detectada em Kakila em Maio último, mas até agora os agricultores não conseguem combatê-la. “Essa praga começou em Benguela, atingiu o Cuanza-Sul, espalhando-se actualmente por Luanda e Bengo”, frisou.
Quando a praga foi detectada, elucidou, os agricultores da zona utilizaram vários tipos de medicamentos, sem resultado. Num período normal, sem doenças ou pragas, pode-se colher em média 50 toneladas de tomate por hectare, mas com a praga nem sequer cinco toneladas por hectare foram recolhidas. “Neste momento, estamos a preferir destruir toda a plantação de tomate e optar por novas culturas, como a cebola, que não é da mesma família e pode resistir à praga”, enfatizou.
Para se reverter o quadro, os agricultores clamam pela intervenção do Ministério da Agricultura, criando equipas de investigação para se saber o que está na origem da praga e o tipo de resistência do insecto