Moçambique candidata aos prémios Óscares
O filme “Comboio de sal e açúcar”, do realizador Licínio Azevedo, é o candidato de Moçambique a uma nomeação para o Óscar de melhor filme estrangeiro, revelou a produtora Ukbar Filmes.
É a primeira vez que o país africano submete uma candidatura àquele prémio norte-americano de cinema.
“Comboio de sal e açúcar” é a adaptação do romance homónimo escrito por Licínio Azevedo, relacionado com a guerra civil moçambicana e que narra a história de uma enfermeira que se apaixona por um militar numa viagem de comboio.
Descrito como um “épico moçambicano”, o filme é um trabalho conjunto da produtora portuguesa Ukbar Filmes e da moçambicana Ébano Multimédia, num país com escassa produção cinematográfica de ficção.Nascido no Brasil em 1951 e radicado em Moçambique, Licínio de Azevedo está ligado ao cinema daquele país desde os anos 70.
É autor de mais de 20 filmes, destacando-se “A colheita do diabo”, um dos primeiros filmes que rodou, em 1988, com ex-combatentes da Frelimo, e “Desobediência” (2002), rodado em vídeo sem actores profissionais. Licínio de Azevedo viveu em Portugal e na Guiné-Bissau, antes de chegar a Moçambique, depois da proclamação da Independência Nacional, onde trabalhou com Ruy Guerra, Luís Carlos Patraquim, Jean Rouch e Jean Luc Godard. A 90.ª cerimónia dos Óscares está marcada para 4 de Março de 2018 em Los Angeles, Estados Unidos da América (EUA).