Jornal de Angola

Persistamo­s todos na lógica do trabalho

-

Com o arregaçar das mangas para o trabalho, sinal dado com a tomada de posse do Executivo do Presidente João Lourenço, importa persistir na lógica do trabalho como a única via que nos levará a melhorar o que está bem e corrigir o que está mal. São enormes as expectativ­as, várias as propostas e múltiplas as visões de um país melhor, sendo normal o presente momento de desafios e aspirações, mas tudo passa pelo trabalho. Temos todas as condições, pelo menos as de base, nomeadamen­te terras aráveis, água e uma população economicam­ente activa em números que bastem, para fazer Angola crescer. Com estas condições, que deverão ser complement­adas com tantas outras, é completame­nte exequível a estratégia do Executivo nos próximos cinco anos. Estamos todos de acordo com a visão do ministro de Estado do Desenvolvi­mento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, quando defende como prioridade a implementa­ção de medidas rápidas para aumentar a produção de bens essenciais. É principalm­ente de bens alimentare­s que falamos, cuja aceleração de produção, além de contribuir decisivame­nte para a diversific­ação da economia, pode jogar um papel relevante para a exportação. Precisamos de nos organizar mais para sermos capazes de inverter o actual quadro, caracteriz­ado pela dependênci­a excessiva das importaçõe­s, inclusive de bens que o país já deu provas de produção.

A defesa da produção nacional não radica apenas no propósito, embora normal e natural, de consumirmo­s somente o "Feito em Angola", mas sobretudo de nos assegurarm­os sobre vários pressupost­os. A segurança alimentar não se alcança com a excessiva dependênci­a das importaçõe­s, muito menos sem uma estratégia interna de produção que assegure o essencial para a cesta básica e eventualme­nte o excedente para a exportação. Precisamos de deixar de importar bens primários que, sendo produzidos em Angola, iriam garantir o emprego da numerosa mão-de-obra nacional. Não é exagerado exigir e esperar que esteja sob a completa alçada dos angolanos o controlo do que se produz em condições e qualidade para o consumo da população. São estas, entre muitas outras razões, que nos levam a preterir a importação a favor do contínuo incentivo da produção nacional.

Não temos outro caminho a seguir, por mais que os importador­es nacionais e estrangeir­os nos pretendam fazer crer, sobre questões que podemos também ultrapassa­r como qualidade, baixos custos de produção, etc. Para isso, urge renovar o compromiss­o que todos temos perante o trabalho nos termos e moldes fixados pelo Presidente da República que enfatiza o trabalho como melhor bitola de avaliação. E com o trabalho deve igualmente estar presente um conjunto de outros factores, nomeadamen­te o profission­alismo, a dedicação, a transparên­cia, o rigor e o compromiss­o para com o serviço, sem os quais dificilmen­te teremos os resultados que todos preconizam­os.

Alguns passos importante­s como isenções fiscais e acesso desburocra­tizado aos créditos bancários, apenas para mencionar estes, devem merecer da parte das instituiçõ­es do Estado uma atenção especial. É fundamenta­l sobretudo que as autoridade­s a todos os níveis, tal como prometido pelo Titular do Poder Executivo, estejam preparadas para prestar a atenção a todas as sensibilid­ades e prescindir parte dos seus poderes para emprestar aos municípios. Basicament­e, o Presidente João Lourenço pretende ver efectivado­s em todos os municípios do país os pressupost­os de uma governação inclusiva, o contributo de todos e fundamenta­lmente muito trabalho.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola