Agenda aponta soluções

Organização das Nações Unidas entende que a habitação, cidade e urbanismo são questões directamente relacionadas com a erradicação da pobreza

A Nova Agenda Urbana que está a ser implementada pelas Nações Unidas vai ajudar na solução do problema de desenvolvimento urbano no país, tendo em conta a crescente ocupação massiva e exponencial da população angolana nas áreas urbanas e rurais, admitiu ontem, em Luanda, o arquitecto António Gameiro.

Ao apresentar o tema o “Desenvolvimento Urbano em Angola”, durante uma palestra realizada por ocasião do Dia Mundial do Habitat, assinalado ontem, o arquitecto António Gameiro disse que estas ocupações derivam da falta de planos directores que orientam o uso e a ocupação do sol. “Daí que a nova Agenda Global Urbana aponta caminhos positivos de acordo com a ocupação do espaço tendo em conta determinados factores de forma sustentável.”

Segundo António Gameiro, o povo imigra em busca de melhores condições de vida, seja nas zonas rurais seja urbanas.

“As pessoas têm direito à habitação. Isto pressupõe que se deve elaborar um conjunto de planos, programas e projectos que permitam resolver o problema antes ou no início da ocupação”, sublinhou.António Gameiro lembrou que existem ainda muitos solos desocupados onde vão ser implementados novos projectos urbanísticos que podem ter uma infraestrutura de base ou eventualmente pode ser feita de forma progressiva.

O coordenador residente das Nações Unidas, Pier Paolo Balladelli, disse que a Nova Agenda Urbana é resultado de um trabalho feito por membros de mais de 40 países do mundo, que se reuniram em 2016 em Quito, Equador. Angola foi um dos países que participou activamente e deu um contributo positivo para a sua implementação.

Pier Paolo Baladelli explicou que a Nova Agenda Urbana foi implementada para corrigir erros de construção anárquica dos últimos anos. “As administrações locais não tiveram capacidade de orientar. Agora, cada país têm a obrigação de requalificar, reorganizar e reordenar estes espaços de forma a colocar infra-estruturas, equipamentos e serviços com qualidade”, sublinhou. O funcionário das Nações Unidas frisou que a habitação, cidade e a urbanidade estão relacionadas com a erradicação da pobreza, diminuição das desigualdades e criação de mais capacidade ou oportunidades para a coesão social.

“A habitação não é apenas o espaço físico onde a família vive, mas também é uma série de dimensões importantes para a vida das famílias como a produtividade, trabalho, ocupação, educação, escola, transporte, saúde e outros aspecto de carácter social”, enfatizou. O arcebispo da Arquidiocese de Malanje, Dom Benedito Roberto, exortou os fiéis da Missão Católica de Santa Teresinha do Menino Jesus, no município de Mucari, a revitalizar a fé e a doutrina divina, bem como a preparar as crianças e adultos para manter sempre viva a igreja.

O prelado fez esta exortação quando celebrava a missa do 50.º aniversário de Santa Teresinha do Menino Jesus padroeira da Missão católica do município de Mucari, tendo considerado ser necessário aos crentes dar graças a Deus pela Eucaristia e por todos os bens recebidos, fazendo jus à espiritualidade de Santa Teresinha que fazia dela uma mulher humilde, com a intenção de viver somente para Deus.

Referiu que Santa Teresa foi nomeada pelo Papa Pio XII como padroeira das Missões e grande impulsionadora da vida em regime de clausura, da igreja e da vida missionária. Quis ser missionaria mas encontrava-se em reclusão, tendo amado a Deus com toda a sua força, ajudando muitos missionários ao longo de toda a história com o seu amor fraterno e de fraternidade.

Por sua vez, o administrador municipal adjunto de Mucari para o sector político e social, Agostinho João Neto, informou que a Igreja tem sido um parceiro forte do Estado na erradicação do analfabetismo, na redução de crianças fora do sistema de ensino, na formação de homens novos, bem como no âmbito da assistência médica e medicamentosa da população, pelo que enalteceu os esforços que tem empreendido nesses domínios.

A paróquia Teresinha do Menino Jesus tem cerca de 30 catequistas.

Participaram na celebração dos 50 anos entidades do Governo, líderes religiosos, cristãos e membros da sociedade civil.