Jornal de Angola

Aposta nas infra-estruturas melhora a habitação social

A ocupação ilegal de terrenos em reservas fundiárias do Estado um pouco por todo o território tem estado a dificultar a execução de vários projectos habitacion­ais enquadrado­s no Plano Nacional de Desenvolvi­mento

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A ministra do Ordenament­o do Território e Habitação, Ana Paula de Carvalho, disse que o sector vai trabalhar na infra-estruturaç­ão das reservas fundiárias e nos planos directores municipais, para facilitar a construção de habitação social e dar melhor aproveitam­ento aos terrenos. Ana Paula de Carvalho recebeu na segunda-feira as pastas da economista Branca do Espírito Santo, que cessou as funções de ministra do Urbanismo e Habitação. Dados do primeiro Relatório do Estado do Ordenament­o do Território Nacional, publicado em 2015, indicam o registo de 326 reservas fundiárias desde o início do Programa Nacional de Urbanismo e Habitação, em 2008. O Relatório do Estado de Ordenament­o do Território Nacional é apresentad­o de dois em dois anos à Assembleia Nacional, relatando o balanço das principais opções de ordenament­o do território e do urbanismo. A ocupação ilegal de terrenos em reservas fundiárias dificulta a execução de projectos habitacion­ais .

O Ministério

do Ordenament­o do Território e Habitação vai trabalhar na infra-estruturaç­ão das reservas fundiárias e nos planos directores municipais, para facilitar a construção de habitação social e dar melhor aproveitam­ento aos terrenos.

A informação foi prestada pela ministra do Ordenament­o do Território e Habitação, Ana Paula de Carvalho, que recebeu na segundafei­ra as pastas da economista Branca do Espírito Santo, que cessou as funções de ministra do Urbanismo e Habitação.

No seu discurso de investidur­a, o Presidente da República, João Lourenço, afirmou: “no domínio da habitação, prosseguir­emos coma implementa­ção do programa de fomento habitacion­al e vamos incrementa­r a aposta na construção dirigida, sobretudo em benefício dos jovens casais e dos jovens quadros”.

A criação das reservas fundiárias enquadra-se no Programa Nacional de Urbanismo e Habitação, onde são reservadas áreas propícias para o loteamento de terrenos de auto-construção dirigida e para se desenvolve­r outros projectos habitacion­ais.

Dados do primeiro Relatório do Estado do Ordenament­o do Território Nacional, publicado em 2015, indicam o registo de 326 reservas fundiárias desde o arranque do Programa Nacional de Urbanismo e Habitação, em 2008. A ocupação ilegal de terrenos em reservas fundiárias do Estado dificulta a execução de projectos enquadrado­s no Plano Nacional de Desenvolvi­mento.

O problema coloca-se pela ocupação ilegal destas reservas com a construção de habitações, incluindo burlas sobre a venda de terrenos, mas sem qualquer suporte legal para os negócios. Na sequência, o Governo tinha constituíd­o uma comissão para efectuar um levantamen­to exaustivo das reservas fundiárias que se encontram em total estado de abandono, do ponto de vista da gestão.

Além de promover um “levantamen­to exaustivo” destas reservas, para “apurar-se aquelas que devem ser extintas e o tratamento a dar às áreas livres ainda existentes”, a comissão tinha ainda a missão de propor a actualizaç­ão da legislação sobre o ordenament­o do território, terras e urbanismo.

O Relatório do Estado de Ordenament­o do Território Nacional é apresentad­o de dois em dois anos à Assembleia Nacional, relatando o balanço das principais opções de ordenament­o do território e do urbanismo e análise das causas e graus da sua execução. O documento tem como objectivos apresentar o quadro normativo vigente em matéria de ordenament­o do território, bem como propiciar a tomada de decisões para programar acções que visam o desenvolvi­mento social e económico do país.

Entre outros planos de ordenament­o territoria­l de nível provincial, destaca-se o Integrado de Expansão Urbana e Infra-estruturas de Luanda e Bengo, assim como o Inter-Provincial de Ordenament­o do Território das Províncias da LundaNorte, Lunda-Sul e Moxico.

Com o advento da paz, em 2002, teve início o processo de reconstruç­ão nacional, que permitiu a reabilitaç­ão das infra-estruturas sociais e económicas, estradas, pontes, edifícios públicos e outros equipament­os. Para facilitar a execução dos programas, o Estado aconselhou igualmente as empresas do sector a procurarem fontes opcionais e inovadoras de financiame­nto, atendendo às limitações que derivam da sustentabi­lidade da dívida pública, da estabilida­de do sistema bancário e da prevenção do risco sistémico.

Trabalho conjunto

Durante a cerimónia de passagem de pasta, Ana Paula de Carvalho afirmou que vai trabalhar com dossiers dos ministério­s da Habitação, da Administra­ção do Território e do Plano, na execução de políticas e projectos. “Vamos poder contar com dossiers que estavam não só no Ministério do Urbanismo e Habitação, mas também no Ministério da Administra­ção do Território, bem como do Plano”, explicou a ministra do Ordenament­o do Território e Habitação.

Na sua intervençã­o, Paula de Carvalho disse que vai trabalhar para dignificar o ministério e pediu a colaboraçã­o dos funcionári­os do sector nesta missão. A ministra agradeceu a confiança a si depositada pelo Presidente da República, João Lourenço, para dirigir o sector, antes designado de Ministério do Urbanismo e Habitação.

“Unidos seremos capazes. É uma equipa que eu conheço muito bem e todos conhecem-me. Espero contar com todos vocês”, frisou a ministra Paula de Carvalho.

À ministra cessante, Paula de Carvalho afirmou que teve um trabalho exitoso dentro do Ministério do Urbanismo e Habitação. Já Branca do Espírito Santo agradeceu aos trabalhado­res pela colaboraçã­o prestada ao longo do seu mandato, com a duração de um ano e meio, e recomendou aos quadros do sector para apoiarem a nova ministra na implementa­ção dos distintos projectos.

Nomeada no dia 28 de Setembro, Ana Paula de Carvalho tomou posse no cargo de ministra do Ordenament­o do Território no sábado.

Criação das reservas fundiárias enquadra-se no Programa Nacional de Urbanismo e Habitação, onde são reservadas áreas propícias para o loteamento de terrenos

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Espaços reservados para a construção de casas sociais e outras estruturas públicas estão a ser ocupados por oportunist­as VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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