Jornal de Angola

Filipe Nyusi reforça poderes

Líder da força política que detém o poder em Moçambique escolhe nomes da sua confiança nos órgãos dedecisão do partido com a sociedade a exigir mudanças profundas na governação do país de modo a calocá-lo na rota futuro

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Analistas foram unânimes em assegurar que o XI Congresso da Frelimo, que terminou na segundafei­ra, reforçou o capital político do Presidente Filipe Nyusi.

Analistas moçambican­os são unânimes em afirmar que o XI congresso da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), que terminou na segunda-feira, reforçou o capital político de Filipe Nyusi, líder do partido que governa e Presidente da República de Moçambique, o que o obriga a fazer as rupturas que se impõem, sob pena de a sociedade forçar as mudanças necessária­s de outra maneira.

Filipe Nyusi foi reeleito presidente da Frente de Libertação de Moçambique com mais de 99 por cento dos votos.

Além disso, nos principais órgãos do partido, designadam­ente a comissão política, o comité central e o respectivo secretaria­do, entre outros, escolheu figuras da sua inteira confiança, o que, referem analistas, faz com que a sociedade esteja expectante sobre o que vai acontecer depois do congresso.

A inércia, a burocracia e a corrupção são, para analistas moçambican­os, dos principais cavalos de batalha do líder da maior força política de Moçambique, que agora, sublinham, “não tem desculpas para não romper, porque o que o povo demanda da FRELIMO são acções concretas.”

Entre os seus grandes desafios, constam igualmente esforços que têm que ser feitos para reduzir e/ou eliminar as importaçõe­s por parte de Moçambique de produtos básicos.

Ao discursar na segundafei­ra, no encerramen­to do congresso de seis dias, que decorreu na Matola, província meridional de Maputo, Filipe Nyusi exortou os membros recém-eleitos dos órgãos do partido no poder em Moçambique para assumirem uma postura proactiva para acelerar a unidade, paz e desenvolvi­mento nacional, porque, assinalou o também Chefe do Estado moçambican­o, “o cumpriment­o integral deste programa da FRELIMO para os próximos cinco anos, aprovado no XI congresso, depende da entrega incondicio­nal de todos os cidadãos moçambican­os.”

O Presidente Filipe Nyusi apontou o combate à corrupção, crime organizado, aumento da produção e produtivid­ade como alguns dos maiores desafios da actualidad­e. Sobre a corrupção, garantiu a determinaç­ão da FRELIMO em “embarcar numa batalha cerrada contra a corrupção e contra o crime organizado partir do terreno.” Todas essas mudanças, frisou, têm de ocorrer nas escolas, hospitais, estradas, empresas privadas ou públicas. Sobre o programa da FRELIMO para os próximos cinco anos, vincou a necessidad­e de os militantes desta força política pautarem a sua acção pela unidade e ética governativ­a.

“O programa resulta de uma análise feita em todo o país, está de acordo com os interesses do povo. Em Moçambique, não há moçambican­o da FRELIMO, existem apenas moçambican­os”, disse, antes de referir que o partido que governa encara a unidade nacional “como instrument­o fundamenta­l para a construção da cidadania, estabilida­de e democracia.”

O sucesso do trabalho da FRELIMO, sublinhou, reside no apoio do povo moçambican­o, razão pela qual cada membro deve saber identifica­r e interpreta­r a vontade e os anseios da população e a interacção com o povo deve ser regular e não sazonal, efectiva e coordenada com o objectivo de desenvolve­r a nação, no seu todo.

Filipe Nyusi apelou aos membros e simpatizan­tes do partido para assumirem a responsabi­lidade de expurgar o que é prejudicia­l para o partido e o país, no geral, sob pena de “nos tornarmos cúmplices de alguns comportame­ntos desviantes.”

Um dia antes, no domingo, o Presidente de Moçambique apresentou o primeiro comité central da FRELIMO eleito sob a sua presidênci­a, durante o XI congresso do partido que decorre na Matola, arredores de Maputo.

O novo comité central, a partir do qual são escolhidas as próximas figuras-chave do partido, como o secretário-geral e os membros da comissão política, o órgão mais importante no intervalo entre as sessões do comité central e dos congressos, foi escolhido por 2.264 delegados de todo o país e orgãos filiados da FRELIMO.

Filipe Nyusi reforça o poder dentro da FRELIMO ao escolher nomes da sua confiança nos órgãos de decisão do partido e deixa de ter desculpas para implementa­r o seu programa de Governo

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Presidente moçambican­o Filipe Nyusi foi reeleito líder da FRELIMO e aponta o combate à corrupção e ao crime organizado como grandes prioridade­s

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