Dispersados novos protestos em Nairobi
A Polícia queniana dispersou na segunda-feira com gás lacrimogéneo várias centenas de apoiantes da oposição no centro de Nairobi e de Kisumu (oeste) que se manifestavam contra a comissão eleitoral no âmbito das eleições presidenciais previstas para 26 de Outubro, depois da invalidação do anterior escrutínio.
O Supremo Tribunal, depois da reclamação da oposição, anulou as presidenciais por irregularidades na transmissão dos resultados, concluiu que estas “não foram transparentes nem verificáveis” e acusou a comissão eleitoral pela má gestão do escrutínio.
A oposição condicionou a sua participação em novas eleições à remodelação profunda da comissão eleitoral e a adjudicação dos contratos do material eleitoral para novos fornecedores. E lançou em finais de Setembro uma “campanha pacífica” contra a comissão eleitoral com a organização de manifestações. Em Kisumu, bastião da oposição e terceira cidade do país, situada nas margens do Lago Victoria, pelo menos, 500 manifestantes ergueram barricadas e queimaram pneus antes de serem dispersados com gás lacrimogéneo pelas forças da ordem.
“Nós não vamos deixar de protestar até que Chiloba seja exonerado”, dizia o manifestante Hillary Ojwang, referindo-se ao director executivo da comissão eleitoral, Ezra Chiloba, cuja oposição exige a sua saída.
No centro de Nairobi, as forças da ordem dispersaram os manifestantes com gás lacrimogéneo logo que se formassem grupos de pelo menos 20 pessoas, segundo a AFP. Na cidade portuária de Mombasa, pelo menos, 500 apoiantes da oposição manifestaram-se num ambiente de tranquilidade.
Desde a invalidação da reeleição do Presidente cessante, Uhuru Kenyatta, o Governo e a oposição no Quénia estão envolvidos numa escalada de retórica, o que demonstra a profunda desconfiança existente entre as duas partes.