Vice-Presidente em prisão preventiva
O Vice-Presidente do Equador, Jorge Glas, foi preso na segunda-feira depois de um juiz decretar a sua prisão preventiva, num marco das investigações no país sobre a rede de propina a autoridades locais montada pela empresa brasileira Odebrecht.
Jorge Glas, engenheiro de 48 anos, estava em sua casa na cidade litorânea de Guayaquil, quando foi emitida a ordem de prisão preventiva. A ministra da Justiça, Rosana Alvarado, confirmou à imprensa equatoriana que o vice-presidente foi levado para uma prisão de Quito para cumprir a determinação judicial.
Num vídeo divulgado no Twitter, Jorge Glass disse que se entregava à Justiça e que “acatava sob protesto” a ordem do juiz.
“Estou a poucos minutos de me entregar à Justiça, e, como sempre disse, os inocentes não têm por que fugir. Eu não o fiz, não irei fazêlo”, afirmou o vice-presidente, ao classificar o processo contra ele como “inconstitucional e ilegal.”
Jorge Glas era investigado pela procuradoria por suspeita de ligação com o caso de propinas da Odebrecht e estava proibido de sair do país, mas os procuradores encontraram novas provas que serviram como base para o pedido de prisão preventiva.
O juiz também determinou o bloqueio das contas do vice-presidente e a proibição de negociar os seus bens. Jorge Glas foi responsável pelos sectores estratégicos do país como ministro e vice-presidente pelos últimos sete anos e foi acusado de actos de corrupção por antigos funcionários de alto escalão do Governo do antigo Presidente Rafael Correa. No fim de semana, o vicePresidente equatoriano Jorge Glas descartou renunciar ao cargo, por considerar que “isso seria assumir a culpa no caso”.
Na semana passada, a procuradoria juntou-se à acusação contra Jorge Glas e outros funcionários vinculados à rede de subornos da Odebrecht, que afecta vários países da região.