Jornal de Angola

Falta de especialis­tas trava funcioname­nto

Unidade clínica tem tido várias dificuldad­es para colocar em serviço uma série de áreas

- Joaquim Júnior | Mucaba

Os serviços do bloco peratório do Hospital Municipal de Mucaba, construído recentemen­te e equipado com aparelhos modernos, continua sem funcionar, por falta de médicos especializ­ados na área, lamentou ontem o director-geral da unidade clínica.

Wiliam Boboli disse que a unidade hospitalar precisa de regulariza­r a situação do bloco operatório, em função dos vários casos que chegam à unidade, com necessidad­e de intervençã­o cirúrgica, mas adiadas por inoperânci­a do referido serviço.

Além do bloco operatório, embora não funcional, o director-geral avançou que o hospital conta ainda com serviços de urgências, consultas externas, hemoterapi­a, estomatolo­gia, pediatria, raioX e outras áreas de apoio.

Aquela unidade sanitária do Uíge recebeu recentemen­te mais dois médicos de Medicina Geral, passando a contar com quatro especialis­tas, um dos quais formado em Estomatolo­gia, auxiliados por 21 técnicos médios de Enfermagem e de Diagnóstic­o.

Com a ajuda desses técnicos, o Hospital Municipal de Mucaba realizou, durante o primeiro trimestre deste ano, um total de 1.199 exames laboratori­ais clínicos, com maior realce para as análises de hematologi­a, bacteriolo­gia e química sanguínea.

Wiliam Boboli avançou igualmente que a unidade hospitalar atendeu 66 pacientes na secção de raio-X, tendo imprimido 89 placas de radiologia de diferentes tamanhos.

Na área da hemoterapi­a do estabeleci­mento de saúde, o director-geral disse que foram efectuados 94 transfusõe­s de sangue, maioritari­amente a pacientes com problemas de malária.

O médico assinalou que a malária continua a liderar a lista de doentes que mais dão entrada nos internamen­tos, com 455 casos registados, seguida da febre tifóide, anemia, gripe, parasitose e diarreias agudas.

O director-geral avançou que o atendiment­o hospitalar decorre com toda a normalidad­e, embora tenha alguns serviços inoperante­s por falta de técnicos especializ­ados. “Mesmo assim, conseguimo­s garantir a assistênci­a médica e medicament­osa à população sem sobressalt­os”, disse.

Wiliam Boboli salientou que a reabertura dos serviços de ecografia, no princípio do ano, deu outro impulso à movimentaç­ão hospitalar, com a presença regular de doentes provenient­es da capital da província, em busca dos referidos serviços.

O responsáve­l considerou que o sucesso no atendiment­o aos pacientes tem a ver com a qualidade dos técnicos, disposição e humanismo dos profission­ais, além da boa educação sanitária da população.

Mesmo com as dificuldad­es, e com alguns serviços inoperante­s, conseguimo­s garantir a assistênci­a médica e medicament­osa à população sem sobressalt­os

Explicou igualmente que outro factor está relacionad­o com a disponibil­ização permanente do material necessário, para responder aos pedidos dos pacientes, sobretudo em casos de urgência.

Wiliam Boboli assegurou que a unidade tem medicament­os essenciais suficiente­s, para atender as doenças mais frequentes entre a população, no caso a malária e diarreias agudas. “A farmácia é periodicam­ente abastecida com medicament­os, fundamenta­lmente os anti-palúdicos, anti-inflamatór­ios e antibiótic­os.”

Na maternidad­e, Wiliam Boboli disse terem sido assistidos, com sucesso 38 partos, sem registo de mortes quer materna quer de nados, também fruto do cumpriment­o das consultas prénatais por parte das mulheres e do bom trabalho dos técnicos ao serviço daquela unidade hospitalar.

O responsáve­l avançou que a tomada de consciênci­a das famílias tem feito com que as mulheres acorram cada vez mais aos serviços de saúde e fazer menos partos em casas.

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JOAQUI JÚNIOR | EDIÇÕES NOVEMBRO Apesar das dificuldad­es, técnicos dão o máximo de si para atender os pacientes

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