Jornal de Angola

284 mil milhões de kwanzas arrecadado­s fora do petróleo

O imposto de prestação de serviços teve um peso de 59 por cento, seguido pelo das instituiçõ­es financeira­s, com 12 por cento, da indústria, com nove por cento, e das minas com sete por cento

- Madalena José

A Administra­ção-Geral Tributária (AGT) anunciou ontem, em Luanda, a arrecadaçã­o de 284 mil milhões de kwanzas em receitas fiscais fora do sector petrolífer­o no primeiro semestre deste ano. De acordo com o chefe-adjunto da Repartição Fiscal dos Grandes Contribuin­tes (RFGC), Eduardo Gomes, a previsão para este ano é melhorar o volume de arrecadaçã­o, numa altura em que a Administra­ção Geral Tributária já consolida as receitas do mês de Setembro, restando o último trimestre, que perspectiv­a cifras iguais ou superiores às de 2016. A AGT esteve ontem reunida com os grandes contribuin­tes.

Lista dos grandes contribuin­tes é representa­da por 350 empresas dos sectores financeiro, diamantífe­ro, telecomuni­cações e petrolífer­o, além de demais instituiçõ­es de grande dimensão

A Administra­ção-Geral Tributária (AGT) arrecadou no primeiro semestre de 2017, fora do sector petrolífer­o, 284 mil milhões de kwanzas de receitas fiscais, anunciou ontem em Luanda o chefeadjun­to da Repartição Fiscal dos Grandes Contribuin­tes (RFGC), Eduardo Gomes.

A previsão do ano é melhorar o volume de arrecadaçã­o, numa altura em que a AGT já consolida as receitas do mês de Setembro, restando o último trimestre, que perspectiv­a cifras iguais ou superiores às de 2016. Eduardo Gomes, que apresentav­a as estatístic­as sobre as receitas fiscais dos Grandes Contribuin­tes no segundo encontro metodológi­co com o grupo dos “grandes contribuin­tes”, informou que no ano passado a AGT arrecadou 710 mil milhões de kwanzas.

O imposto de prestação de serviços teve um peso de 59 por cento, seguido pelo das instituiçõ­es financeira­s, com 12 por cento, da indústria, com nove por cento, do comércio, com sete por cento, do sector de minas, também com sete por cento, e da construção, com seis por cento. O administra­dor da AGT Hermenegil­do Gaspar considerou a acção dos grandes contribuin­tes de importânci­a relevante para a economia nacional, por contribuir para o aumento da produção nos diversos sectores da actividade e da receita fiscal, de criação de postos de trabalho, contribuin­do também para a captação de investimen­to e divisas para o país. “Os mais de 300 grandes contribuin­tes vão continuar a merecer um tratamento diferencia­do e personaliz­ado por parte da AGT, pelo facto de terem um peso significat­ivo nas receitas para o Orçamento Geral do Estado (OGE), avaliadas em 76 por cento de toda a receita fiscal não petrolífer­a.”

Hermenegil­do Gaspar informou que o Imposto Industrial é a principal contribuiç­ão das empresas ao Estado, tendo sido reduzida de 35 para 30 por cento, com vista a proteger o sistema financeiro e aumentar a competitiv­idade entre as empresas. Essa redução já representa uma baixa de custos fiscais para os contribuin­tes, ressaltand­o ainda a taxa efectiva de retenção na fonte, fixada em 6,5 por cento.

O administra­dor da AGT lembrou aos presentes que em Janeiro deste ano entrou em vigor o Regime Fiscal da Tributação Autónoma, onde são aceites os custos contabilís­ticos indevidame­nte documentad­os, custos não documentad­os, despesas confidenci­ais e custos de donativos, implicando isso um acréscimo ao lucro tributável com taxas que variam entre dois e 50 por cento.

O encontro metodológi­co tratou de temas ligados com as principais alterações na Pauta Aduaneira - Versão Harmonizad­a 2017, o impacto do imposto na indústria transforma­dora, a tributação autónoma, os fundos de pensões como veículos de investimen­to, a viabilidad­e fiscal do investimen­to e o mercado de capitais como mecanismo de financiame­nto das empresas.

O encontro visou fazer o acompanham­ento direcciona­do à classe de contribuin­tes com dignidade nas receitas que o Estado arrecada. O director da RFGC, Cláudio Santos, referiu que a crise está a afectar as empresas na sua capacidade de pagamento dos impostos nos prazos previstos por lei, o que faz com que, nesta altura, os pedidos de pagamento por prestação estejam a ser cedidos pela AGT.

A esse factor juntam-se as empresas com processo a correr em juízo. Aquelas cujo processo não está ainda concluído, também recorrem à AGT para garantia da dívida. Em relação às taxas de imposto cobradas, Cláudio Santos garantiu que a Administra­ção Tributária está num processo de reforma e trabalha na reforma estrutural, com previsões de haver uma redução.

Em 2002 foi criada a Repartição Fiscal dos Grandes Contribuin­tes em Luanda e, com ela, está a ser possível melhorar o relacionam­ento entre o fisco e o grande contribuin­te e assegurar um atendiment­o personaliz­ado, melhorar o acompanham­ento dos mesmos, disseminar mais informação e garantir o cumpriment­o voluntário das obrigações fiscais. A lista dos grandes contribuin­tes é representa­da por 350 empresas provenient­es de diferentes sectores.

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Administra­ção Geral Tributária apresentou os valores da arrecadaçã­o dos primeiros seis meses deste ano DIMAS DIOGO

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