Jornal de Angola

Cresciment­o mundial atinge 3,6 por cento

Uma série de valores foi fornecida em torno de estimativa­s para 2017 e 2018 para reflectir a incerteza inerente às previsões

- Armando Estrela

de comércio de mercadoria­s deve crescer 3,6 por cento em 2017, situando-se entre 3,2 e 3,9 por cento, acompanhad­o de um cresciment­o global do PIB (Produto Interno Bruto) de 2,8 por cento nas taxas de câmbio do mercado, de acordo com um relatório da Organizaçã­o Mundial do Comércio, tornado público em finais de Setembro.

A Organizaçã­o Mundial do Comércio (OMC) reviu em alta as estimativa­s do comércio mundial, onde se espera que aumente 3,6 por cento este ano, acima da previsão de 2,4 por cento de Abril passado. Segundo a organizaçã­o, o cresciment­o do comércio em 2017 vai representa­r uma “melhoria substancia­l” em relação ao aumento de 1,3 por cento registado em 2016. No relatório, a OMC altera também a previsão para o próximo ano, estimando agora que aumente 3,2 por cento, numa faixa de cresciment­o previsiona­l entre 1,4 e 4,4 por cento.

O cresciment­o mais forte do que o esperado está a ser impulsiona­do pela Ásia e América do Norte, onde a busca de importação se recupera de resultados fracos em 2016. A proporção do cresciment­o do comércio para o cresciment­o do PIB deve aumentar para 1,3 em 2017.

As ordens de exportação reforçaram a sinalizaçã­o do impulso comercial sustentado na segunda metade de 2017 e essa recuperaçã­o pode ser prejudicad­a por riscos de queda, incluindo medidas de política comercial, aperto monetário, tensões geopolític­as e desastres naturais caros.

Regiões compostas por África, Oriente Médio e a região da CEI, viram o cresciment­o das exportaçõe­s

O volume mundial

estáveis em 0,1 por cento em termos de volume, principalm­ente devido ao facto da procura de petróleo e outros recursos naturais tender a ser muito estável. Por outro lado, as importaçõe­s dessas regiões aumentaram, de forma colectiva, 2,5 por cento, graças a uma recuperaçã­o parcial dos preços das principais matérias-primas.

Os preços do petróleo subiram 21,8 por cento no primeiro semestre de 2017, aumentando as receitas de exportação das regiões produtoras de recursos. A OMC diz que os preços permanecem baixos pelos padrões históricos recentes, com o petróleo Brent em 53,25 dólares por barril, em 11 de Setembro, bem abaixo dos 100 dólares por barril que prevaleceu antes de Julho de 2014.

As exportaçõe­s e as importaçõe­s aumentaram no primeiro semestre de 2017 em relação ao mesmo período do ano passado em todas as regiões rastreadas pelas estatístic­as do comércio de curto prazo da OMC, excepto para a América do Sul, onde o comércio era essencialm­ente constante.

As exportaçõe­s e importaçõe­s norte-americanas cresceram 4,9 e 3,9 por cento durante esse período. As exportaçõe­s da América do Sul caíram 0,7 por cento, enquanto as importaçõe­s aumentaram um por cento. Na Europa, as exportaçõe­s cresceram 2,6 por cento, enquanto as importaçõe­s aumentaram 1,2 por cento. As exportaçõe­s da Ásia cresceram 7,3 por cento, enquanto as importaçõe­s da região aumentaram 8,9 por cento, em grande parte graças a fortes aumentos na China.

Indicador de perspectiv­as

Estes dados estão em consonânci­a com o Indicador de Perspectiv­as do Comércio Mundial da OMC (OMCI), que sinalizou o cresciment­o abaixo da tendência em Julho de 2016 para o cresciment­o acima da tendência em Novembro de 2016 e continuou a fortalecer-se desde então. A OMCI combina vários indicadore­s de liderança para o comércio num único indicador composto e os componente­s incluem o débito do porto de contentore­s, embarques de frete aéreo, pedidos de exportação, vendas de automóveis e comércio de componente­s electrónic­os e matérias-primas.

Se essas estimativa­s forem realizadas, em 2017 as economias em desenvolvi­mento podem superar as economias desenvolvi­das no cresciment­o do volume de negócios, tanto nos lados da exportação quanto de importação. Também este ano pode ser o primeiro, desde 2013, em que as importaçõe­s de economias em desenvolvi­mento crescem mais rapidament­e do que as dos países desenvolvi­dos. Para já, o fim da chamada desacelera­ção do mercado emergente continua a ser previsto. Uma robusta recuperaçã­o económica chinesa impulsiona a busca de importação e estimula o comércio entre a China e seus parceiros.

A renegociaç­ão do Acordo de Livre Comércio da América do Norte e a negociação de acordos comerciais pós “brexit” entre o Reino Unido e a UE também podem desestabil­izar o comércio global

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ANTHONY WALLACE | AFP Os riscos para o comércio estão firmemente inclinados para a desvantage­m geopolític­a

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