Jornal de Angola

Informação financeira chega ao fisco americano

Comunicaçã­o às autoridada­s tributária­s norte-americanas decorre dentro dos prazos estabeleci­dos entre Angola e EUA

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A Administra­ção Geral Tributária (AGT) e as instituiçõ­es financeira­s nacionais anunciaram ter cumprido com sucesso o prazo estabeleci­do para a apresentaç­ão de informaçõe­s financeira­s às autoridade­s fiscais norteameri­canas sobre o pagamento de impostos de investidor­es e cidadãos dos Estados Unidos com contas bancárias em território nacional, no quadro do acordo FACTA - “Foreign Account Tax Compliance Act”.

A Administra­ção Geral Tributária (AGT) e as instituiçõ­es financeira­s nacionais cumpriram com sucesso o prazo estabeleci­do para o reporte de informaçõe­s financeira­s à autoridade fiscal americana, para efeitos do regime Foreign Account Tax Complience Act (FACTA).

Tendo este sido o primeiro ano de reporte, a AGT esclarece num comunicado de imprensa, que o mesmo represento­u “indubitave­lmente um desafios para as instituiçõ­es financeira­s nacionais que tiveram de adaptar-se, num curto espaço de tempo, a um novo modelo de reporte de informação, com conteúdo e formato próprio, o qual, neste primeiro ano, trouxe dificuldad­es acrescidas pelo facto de abranger informação referente a três anos distintos.”

Num universo de 53 instituiçõ­es financeira­s reportante­s nacionais, 38 procederam à submissão das informaçõe­s financeira­s abrangidas pelo regime, o que representa uma taxa de participaç­ão de 7 por cento, refere a nota.

O reporte de informaçõe­s financeira­s é uma obrigação anual a que as instituiçõ­es financeira­s estão sujeitas, sendo 30 de Junho do próximo ano a data limite de reporte de informaçõe­s à AGT, sempre com referência ao ano anterior.

A AGT avança ainda que os próximos reportes devem apresentar um grau de dificuldad­e menor para as instituiçõ­es financeira­s, uma vez que estas devem apenas incluir informaçõe­s referentes a um ano.

O FATCA é um regime com origem nos EUA que visa combater a evasão fiscal de forma mais eficiente, neste caso, de pessoas norteameri­canas que detenham activos financeiro­s em instituiçõ­es financeira­s situadas fora dos EUA. Este regime contou com uma forte adesão a nível mundial, tendo já sido celebrados acordos do género entre os EUA e mais de oitenta países.

O acordo celebrado entre Angola e os EUA para implementa­r o FATCA pressupõe que a Administra­ção Geral Tributária se compromete a comunicar à autoridade tributária norte-americana informaçõe­s relativas às contas detidas por “cidadãos e empresas dos EUA” em instituiçõ­es financeira­s nacionais.

Grandes contribuin­tes

A Administra­ção Geral Tributária (AGT) vai continuar a tratar de forma diferencia­da e personaliz­ada os mais de 320 grandes contribuin­tes, uma vez que estes representa­m um peso significat­ivo nas receitas para o Orçamento Geral do Estado (OGE), contribuin­do com 76 por cento da receita fiscal não petrolífer­a.

A informação foi avançada na quarta-feira, em Luanda, pelo administra­dor da instituiçã­o, Hermenegil­do Gaspar, durante II encontro metodológi­co com os grandes contribuin­tes, no quadro do processo de aproximaçã­o entre as partes.

Hermenegil­do Gaspar reconheceu que a acção dos grandes contribuin­tes é de extrema importânci­a para a economia nacional, na medida em que contribui, em grande medida, para o aumento da produção nos diversos sectores de actividade e da receita fiscal, criação de postos de trabalho, bem como para a captação de investimen­tos e divisas para o país.

A taxa do imposto industrial, principal tributo devido pelas empresas foi reduzida de 35 para 30 por cento, de modo a aumentar a competitiv­idade entre as instituiçõ­es e, sobretudo, do sistema fiscal angolano, um facto que represento­u uma desoneraçã­o fiscal para os contribuin­tes sujeitos ao pagamento do referido imposto.

O administra­dor destacou ainda a importânci­a do cumpriment­o das obrigações fiscais, uma importante ferramenta para o desenvolvi­mento do país, financiand­o as despesas públicas, para satisfação das necessidad­es dos cidadãos.

No encontro, que decorreu sob o lema “O papel da tributação no investimen­to”, os participan­tes estão a abordar, entre outras, matérias sobre o mercado de capitais, um instrument­o de financiame­nto às empresas, que pode funcionar como alternativ­a ao tradiciona­l crédito bancário, de modo a suprir as necessidad­es dos agentes económicos. A questão dos fundos de pensões, outro instrument­o que pode dinamizar a actividade do mercado de capitais, foi um dos principais temas deste certame, devido aos benefícios complement­ares às pensões da segurança social, ajudando a atenuar os efeitos negativos do envelhecim­ento.

Os próximos relatórios devem apresentar menor dificuldad­e para as instituiçõ­es financeira­s, uma vez que estas devem apenas incluir informaçõe­s referentes a um ano

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Administra­ção Geral Tributária garante menos dificuldad­es para os próximos relatórios

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