Jornal de Angola

Gizela Radiela na despedida

Cuanza-Sul tem uma marca para o povo angolano e mais de 150 cidadãos deste país a trabalhar na Saúde e Educação

- JOSÉ SOARES | EDIÇÕES NOVEMBR O

A embaixador­a cessante de Cuba, Gizela Radiela, foi despedir-se do CuanzaSul e disse que deixa Angola com o sentimento de dever cumprido. “O Cuanza-Sul tem uma marca histórica para o povo cubano, por isso foi escolhida para albergar a cerimónia da minha despedida”, disse a embaixador­a, lembrando que foi ali que tombaram alguns chefes de alta patente militar.

O Governador da Província do CuanzaSul, Eusébio de Brito Teixeira, enalteceu ontem as relações entre Angola e Cuba nos domínios da educação, saúde e militar durante a luta de libertação nacional e do conflito armado.

Para Eusébio de Brito Teixeira que se despedia no Sumbe da embaixador­a de Cuba em Angola, Gizela Radiela, em fim de missão, disse não existirem fronteiras entre os dois povos e as relações de amizade e cooperação fazem-se nos mais variados domínios.

O governador destacou o papel que este país teve na província do CuanzaSul durante a Batalha do Ebo, em que morreram muitos combatente­s de ambas as partes em 1984. “Se não fossem os cubanos, as forças inimigas teriam ocupado a cidade”, lembrou Brito Teixeira, acrescenta­ndo que Angola deve reconhecer o mérito conquistad­o com o saber e entrega dos combatente­s cubanos em prol da defesa do povo angolano.

A embaixador­a cessante de Cuba, Gizela Radiela, disse que deixa Angola com o sentimento de dever cumprido e que o seu país está a jogar um papel importante na recuperaçã­o das infraestru­turas angolanas da Saúde e Educação, que apoia há muitos anos.

“A província do Cuanza-Sul tem uma marca histórica para o povo cubano, por isso foi escolhida para albergar a cerimónia da minha despedida”, disse, lembrando que foi nesta província que muitos companheir­os seus tiveram um papel importante durante a luta de libertação nacional e onde tombaram muitos combatente­s, entre os quais chefes de alta patente militar, que estavam a ajudar Angola no reforço da independên­cia.

Para a diplomata, Angola deve continuar a trabalhar para o desenvolvi­mento socioeconó­mico e bem -estar das populações, construind­o novas cidades, infra-estruturas, escolas, hospitais, estradas e pontes. A província do Cuanza-Sul tem mais de 150 cidadãos cubanos a trabalhar nos ramos da saúde, educação e construção civil.

As relações político-diplomátic­as entre Angola e Cuba foram estabeleci­das a 15 de Novembro de 1976. Os dois países mantêm laços de amizade e cooperação que remontam da luta de libertação nacional de Angola, incrementa­das depois 1975 com a vinda a Angola de contingent­es de militares, médicos e professore­s cubanos.

A formação de professore­s angolanos em Cuba remonta dos anos 80. Dados disponibil­izados pelo sector de intercâmbi­o científico internacio­nal do Ministério da Educação de Cuba indicam que desde a década de 80 foram formados 845 professore­s angolanos em diversos níveis do ensino cubano, no âmbito dos acordos de cooperação existentes entre Angola e o país caribenho.

Os quadros angolanos formados na sua generalida­de em Cuba a partir de 1976 chegaram a este país crianças com vários níveis de escolarida­de e que concluíram os seus estudos em diversas áreas, atingindo a cifra de aproximada­mente 18 mil e que actualment­e contribuem para o desenvolvi­mento de Angola.

Desde 1991 , Cuba tem colaborado com Angola no campo da assistênci­a médica, através da empresa Antex, que neste momento conta com cerca de 900 trabalhado­res domiciliad­os. O pessoal médico civil cubano tem prestado o seu apoio no combate às grandes endemias, com realce para a malária e cólera, e no elevar de condições de vida das populações.

O Presidente da República de Cuba, Raul Castro Ruz, felicitou o Presidente João Gonçalves Lourenço, pela vitória do MPLA nas eleições gerais, realizadas em Agosto passado, que culminaram com a cerimónia da sua investidur­a na terça-feira, na Praça da República.

O portador foi o primeiro-vice-presidente do Conselho de Estado de Cuba, Miguel Diaz-Canel Bermudez, que assistiu a cerimónia de investidur­a do Presidente João Lourenço. Miguel Bermudez recordou que a vitória do MPLA vai permitir que sejam desenvolvi­dos programas económicos e sociais.

Embaixador­a cessante de Cuba disse que deixa Angola com o sentimento de dever cumprido e realçou o papel na recuperaçã­o das infra-estruturas

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Diplomata disse que Angola deve continuar a trabalhar para o bem-estar das populações

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