Gizela Radiela na despedida
Cuanza-Sul tem uma marca para o povo angolano e mais de 150 cidadãos deste país a trabalhar na Saúde e Educação
A embaixadora cessante de Cuba, Gizela Radiela, foi despedir-se do CuanzaSul e disse que deixa Angola com o sentimento de dever cumprido. “O Cuanza-Sul tem uma marca histórica para o povo cubano, por isso foi escolhida para albergar a cerimónia da minha despedida”, disse a embaixadora, lembrando que foi ali que tombaram alguns chefes de alta patente militar.
O Governador da Província do CuanzaSul, Eusébio de Brito Teixeira, enalteceu ontem as relações entre Angola e Cuba nos domínios da educação, saúde e militar durante a luta de libertação nacional e do conflito armado.
Para Eusébio de Brito Teixeira que se despedia no Sumbe da embaixadora de Cuba em Angola, Gizela Radiela, em fim de missão, disse não existirem fronteiras entre os dois povos e as relações de amizade e cooperação fazem-se nos mais variados domínios.
O governador destacou o papel que este país teve na província do CuanzaSul durante a Batalha do Ebo, em que morreram muitos combatentes de ambas as partes em 1984. “Se não fossem os cubanos, as forças inimigas teriam ocupado a cidade”, lembrou Brito Teixeira, acrescentando que Angola deve reconhecer o mérito conquistado com o saber e entrega dos combatentes cubanos em prol da defesa do povo angolano.
A embaixadora cessante de Cuba, Gizela Radiela, disse que deixa Angola com o sentimento de dever cumprido e que o seu país está a jogar um papel importante na recuperação das infraestruturas angolanas da Saúde e Educação, que apoia há muitos anos.
“A província do Cuanza-Sul tem uma marca histórica para o povo cubano, por isso foi escolhida para albergar a cerimónia da minha despedida”, disse, lembrando que foi nesta província que muitos companheiros seus tiveram um papel importante durante a luta de libertação nacional e onde tombaram muitos combatentes, entre os quais chefes de alta patente militar, que estavam a ajudar Angola no reforço da independência.
Para a diplomata, Angola deve continuar a trabalhar para o desenvolvimento socioeconómico e bem -estar das populações, construindo novas cidades, infra-estruturas, escolas, hospitais, estradas e pontes. A província do Cuanza-Sul tem mais de 150 cidadãos cubanos a trabalhar nos ramos da saúde, educação e construção civil.
As relações político-diplomáticas entre Angola e Cuba foram estabelecidas a 15 de Novembro de 1976. Os dois países mantêm laços de amizade e cooperação que remontam da luta de libertação nacional de Angola, incrementadas depois 1975 com a vinda a Angola de contingentes de militares, médicos e professores cubanos.
A formação de professores angolanos em Cuba remonta dos anos 80. Dados disponibilizados pelo sector de intercâmbio científico internacional do Ministério da Educação de Cuba indicam que desde a década de 80 foram formados 845 professores angolanos em diversos níveis do ensino cubano, no âmbito dos acordos de cooperação existentes entre Angola e o país caribenho.
Os quadros angolanos formados na sua generalidade em Cuba a partir de 1976 chegaram a este país crianças com vários níveis de escolaridade e que concluíram os seus estudos em diversas áreas, atingindo a cifra de aproximadamente 18 mil e que actualmente contribuem para o desenvolvimento de Angola.
Desde 1991 , Cuba tem colaborado com Angola no campo da assistência médica, através da empresa Antex, que neste momento conta com cerca de 900 trabalhadores domiciliados. O pessoal médico civil cubano tem prestado o seu apoio no combate às grandes endemias, com realce para a malária e cólera, e no elevar de condições de vida das populações.
O Presidente da República de Cuba, Raul Castro Ruz, felicitou o Presidente João Gonçalves Lourenço, pela vitória do MPLA nas eleições gerais, realizadas em Agosto passado, que culminaram com a cerimónia da sua investidura na terça-feira, na Praça da República.
O portador foi o primeiro-vice-presidente do Conselho de Estado de Cuba, Miguel Diaz-Canel Bermudez, que assistiu a cerimónia de investidura do Presidente João Lourenço. Miguel Bermudez recordou que a vitória do MPLA vai permitir que sejam desenvolvidos programas económicos e sociais.
Embaixadora cessante de Cuba disse que deixa Angola com o sentimento de dever cumprido e realçou o papel na recuperação das infra-estruturas