Detido um traficante de tecnologia militar
As autoridades norte-americanas detiveram um cidadão canadiano nascido no Irão suspeito de ser o cabecilha de uma rede internacional que importava ilegalmente tecnologia com fins civis e militares dos Estados Unidos para o Irão. Suspeita-se que a rede tinha ligações a Portugal, onde conseguia mais facilmente licenças para exportação, tendo já sido detido um engenheiro português envolvido no esquema, noticiou o semanário português “Expresso”.
Ghobad Ghasempour estava a ser vigiado há vários anos pelo Departamento de Segurança Interna norteamericano, o Homeland Security. As suas relações a empresários e figuras próximas do regime iraniano foram determinantes para a criação desta rede internacional.
Os Estados Unidos acreditam que a tecnologia comprada no país era exportada para países “onde o embargo não existia, como a China, ou onde as empresas conseguiam mais facilmente licenças para exportação, como Portugal, para depois serem transportadas de navio para os utilizadores finais, no Irão".
Em Portugal, a empresa de engenharia FEC funcionaria como intermediária no negócio. Por ela terão passado uma máquina de lentes ópticas e câmaras de filmar, de acordo com a investigação do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos. O advogado da empresa, Paulo José Rocha, negou no entanto as acusações levantadas.
“As máquinas que comprámos nos Estados Unidos, e que nunca chegaram a sair daquele país, tinham como destino a Turquia e a China. E não o Irão nem qualquer país na lista negra dos Estados Unidos”, afirmou Paulo José da Rocha, na altura em que o caso veio a público.