Turismo religioso ganha adesão
Como principais destinos do turismo religioso identificados e em franca ascensão na província da Huíla, apontam-se o Monumento do Cristo-Rei, uma das três estátuas singulares erguidas a nível mundial
Vários locais de interesse turístico existentes na província da Huíla, tais como monumentos e sítios ligados à Igreja, têm recebido preferencialmente visitas de turistas nacionais e estrangeiros, atribuindo ao turismo nesta região um certo pendor religioso.
Como principais destinos do turismo religioso identificados e em franca ascensão na província da Huíla, apontam-se o Monumento do Cristo-Rei, uma das três estátuas singulares erguidas a nível mundial, o santuário da nossa Senhora do Monte e as distintas missões católicas, particularmente as seculares do município de Caconda e as das comunas da Huíla e do Jau.
O vigário geral da Arquidiocese do Lubango, Padre Domingos Maurício Capembe, considerou o turismo religioso nestas paragens de grande importância e, por estar ao alcance de todo mundo, tem registado excursões de massas. “Falase muito do turismo religioso.
O protagonista principal é o turista que vai ao encontro do folclore, a busca de curiosidades, da admiração cultural, da arquitectura, também do descanso e de tantos outros aspectos. Contudo, pode haver coincidência, nalguns aspectos até tem havido uma certa tendência de misturar estes dois aspectos, porquanto, muitas vezes, o próprio turismo religioso tende a confundirse com a peregrinação”, disse o vigário geral. O padre assegurou estar a Igreja atenta a este fenómeno “de capital importância”, por envolver viajantes e trabalhadores. “O turismo religioso é um fenómeno de massas, não é uma actividade só de elite”, aflorou. Relativamente ao monumento do Cristo Rei-Rei, o cartão de visitas da cidade do Lubango, o padre Maurício Capembe referiu que a sua estrutura ainda está inacabada e quando as condições permitirem poderá evoluir e ser como os seus similares de Portugal e Brasil.
“Em relação ao Santuário da Nossa Senhora do Monte, como sabemos, é bastante activo, não acontecendo assim tanto com a estátua do Cristo–Rei, apesar de tudo um monumento já nacional, desde 2014. É um património histórico cultural e arquitectónico, além de religioso. Mas este património ainda não é uma obra terminada”, frisou.
Segundo o padre, a Igreja Católica está receptiva a todas as iniciativas visando potenciar as vivências desses monumentos e das zonas que não desagradem com os seus objectivos. Para a directora provincial da Cultura, Marcelina Gomes, o turismo religioso na província da Huíla “goza de boa saúde”, apesar de ter ainda a necessidade de um maior crescimento. “O turismo religioso está bem, até porque nós temos tido, particularmente ao nível da Igreja Católica, muitas actividades e os locais religiosos têm sido bastante visitados, não só por estrangeiros, mas maioritariamente por nacionais”, assegurou.
Marcelina Gomes referiu existirem locais onde os religiosos têm estado a reflectir a sua fé e a sua cristandade quando há actividades ligadas a jubileus, aniversários, entre outras que contribuem para essas localidades serem visitadas e conhecidas, traduzindo-se num claro auxílio para essa área do turismo.
Para além destes locais turísticos mencionados com cariz religioso, destaca-se, também, em termos de arquitectura religiosa, a Catedral da Sé, situada no centro do Lubango, datada de 1939, e a Igreja da Missão da Huíla, datada de 1880, uma das mais antigas da província, a Igreja do Tchivinguiro, de 1892, e a Igreja da Quihita, erguida em 1894.
Outras potencialidades turísticas imperdíveis
Em geral, a província da Huila tem um enorme potencial turístico, nomeadamente, as Fendas da Tundavala, monumentais por proporcionarem ao visitante um espectáculo fascinante, visto da parte alta do Lubango, a Serra da Leba, avistada no trajecto para o Namibe, onde a estrada se-
“Fala-se muito do turismo religioso. O protagonista principal é o turista que vai ao encontro do folclore, a busca de curiosidades, da admiração cultural, da arquitectura, também do descanso e de tantos outros aspectos.
gue o “zigue-zague” da cordilheira, lembrando uma serpente, tida obrigatoriamente como um dos principais postais do país.
Outros locais imperdíveis para os turistas são o Miradouro da Boca da Humpata, situada a caminho do Namibe, a Fenda do Alto Bambi, a Barragem das Neves, a Cascata da Comuna da Huíla, as Grutas do Tchivinguiro, os Barracões, onde se encontram enterrados os fundadores da cidade de Sá da Bandeira, hoje Lubango, construídos entre 1884 e 1885.
Consta, igualmente, o Parque Nacional do Bicuar, estabelecido como reserva de caça em 1938 e transformado em parque nacional em 1964, a fim de preservar espécies existentes na zona, entre as quais se destacam elefantes, leões, palancas e búfalos. Está, também, a Reserva Florestal de Guelengue e Dongo, limitada pelos rios Chicusse, Cunene, Cusso, Cussava e Chissanda, ostentando savanas e várias construções religiosas e fortificações históricas, algumas datadas do século XVII. No roteiro turístico da província da Huíla encontra-se, ainda, a antiga Estação dos Caminhos-deFerro de Moçamedes, construída entre 1905 e 1923, um local de interesse histórico devido à sua arquitectura colonial, assim como o edifício Hamilton Lopes, datado de 1895. Junta-se ainda a Fortaleza de Caconda, uma fortificação construída em 1682, que é o mais antigo monumento do património histórico da província da Huíla. Outros edifícios típicos de arquitectura colonial são a Escola Mandume (ex-Liceu Diogo Cão), o Colégio Paula Franssinete, construído pelas irmãs Doroteias em 1938, a Escola do Tchivinguiro, bem como a casa da Família Almeida.
A imponência imperdível do Cristo-Rei
Instalada no alto da montanha, o monumento do Cristo-Rei, o Redentor, foi inaugurado em 1957.
A estátua é um dos principais cartões de visitas das terras altas da Chela, considerado monumento provincial pela sua imponência e criatividade.
O Cristo-Rei do Lubango, ao contrário das outras três estátuas semelhantes erguidas no Rio de Janeiro (Brasil), em Almada (Portugal) e em Tétum Díli (Timor-Leste), não foi construído por iniciativa religiosa.
A ideia foi do engenheiro português Carlos Sardinha que viu nas montanhas um cenário ideal para a construção do monumento, cuja obra durou dois anos.
A estátua, construída à base de cimento e cal hidráulica 2.130 metros acima do nível do mar, é Património Histórico Nacional.
Em geral, a Província da Huila tem um enorme potencial turístico, como as Fendas da Tundavala, monumentais por proporcionarem um espectáculo fascinante.